BlackBerry tem vendas de smartphones abaixo do esperado, mas receita com software cresce

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A transformação da BlackBerry de uma empresa que produzia essencialmente smartphones para uma fornecedora também de software começou a deslanchar no terceiro trimestre do ano fiscal de 2016. Pelo menos é o que indicam as projeções de analistas, que tomam como base uma perda menor que o esperado. A companhia reportou um prejuízo líquido no período, encerrado em 30 de novembro, de cerca de US$ 15 milhões, ou cerca de US$ 0,03 por ação, excluindo encargos com reestruturação e outros itens. O resultado fez as ações da BlackBerry subirem mais de 10%, negociadas a US$ 8,61 na Nasdaq, nesta sexta-feira, 18.

Apesar de ter sido um trimestre no geral positivo, com receita de US$ 557 milhões, acima dos US$ 488,8 milhões estimados, conforme ressaltou o CEO da BlackBerry, John Chen, durante conferência com investidores, as vendas de hardware não foram nada animadoras. A empresa vendeu apenas 700 mil aparelhos, apesar do lançamento do novo BlackBerry Priv, o primeiro celular com o sistema operacional Android da antiga RIM (Research In Motion).

No segundo trimestre, as vendas de aparelhos BlackBerry haviam caído para 800 mil unidades, e o "ecossistema BlackBerry" total tinha diminuído para 30 milhões de usuários no mundo todo. Naquela época, o preço médio de venda foi de US$ 240. No terceiro trimestre, o preço médio subiu para US$ 315, graças às vendas do Priv, que é vendido por cerca de 800 dólares canadenses, sem contrato com operadora. O hardware foi responsável por cerca de 40% das receitas, ou cerca de US$ 222,8 milhões no trimestre.

Conforme enfatizou Chen, o terceiro trimestre incluiu apenas algumas semanas de vendas do Priv, além de os primeiros 60 dias de vendas nos Estados Unidos terem ficado limitados por um acordo de exclusividade com a operadora AT&T, portanto, o aparelho não será comercializado em todos os 31 países até fevereiro. Ainda assim, analistas questionaram por que BlackBerry permanece no negócio de hardware diante desses números. "Meu primeiro objetivo é fazer com que os dispositivos atinjam o breakeven [encontrem o equilíbrio do capital investido]. Talvez neste trimestre, talvez um trimestre mais tarde", disse Chen aos analistas.

Mas o executivo prevê receitas mais altas no próximo ano fiscal, e aposta justamente na substituição do sistema operacional próprio pela plataforma Android, do Google. Chen disse ainda que o plano de recuperação baseado na venda de volume maior de software, embora ainda com resultados modestos, deve contribuir significativamente para o retorno de lucratividade no próximo exercício fiscal.

As vendas de software cresceram significativamente, para US$ 162 milhões, um aumento de 183%. Chen disse que o crescimento orgânico cresceu 43%, e confirmou que cerca de 20% do crescimento da receita vieram das aquisições da Good Technology e da AtHoc, fechadas no final do trimestre. No primeiro semestre do ano fiscal, a receita da BlackBerry com software foi de cerca de US$ 210 milhões, e o desempenho no terceiro trimestre coloca a empresa no caminho para atingir a meta de US$ 500 milhões no ano fiscal, segundo o CEO.

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