Brasil lidera digitalização bancária na América Latina

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A Comscore acaba de divulgar uma análise sobre o cenário da digitalização bancária na América Latina em 2020. No relatório "Estado do banco digital da América Latina", a empresa identificou que as tendências financeiras que ganharam força por causa da pandemia e das restrições à mobilidade parecem estar se consolidando em toda a região.

Além disso, os conteúdos financeiros se multiplicaram nas redes sociais e os aplicativos de bancos emergentes e tradicionais também ganharam espaço entre os consumidores.
As informações, apuradas com base em pesquisas proprietárias e métricas independentes, apontam que a pandemia acelerou e impulsionou iniciativas de pagamentos e carteiras digitais.

Assim, diferentes entidades precisaram oferecer alternativas simples, claras e eficazes para um consumidor ávido por soluções financeiras. Nos primeiros meses de 2020, os bancos digitais experimentaram saltos exponenciais no total de visitas, chegando a quase 200% no Brasil, em abril, e perto de 100% na Argentina, em julho, respectivamente.

Algo semelhante aconteceu com as notícias financeiras, que atingiram o pico de acessos em março de 2020 e se estabilizaram em níveis mais elevados do que os registrados anteriormente em quase todos os países da região. O interesse por assuntos econômicos na América Latina também se refletiu nas redes sociais: a categoria de finanças apresentou um crescimento de interações de 128% no Instagram, 77% no Twitter e 34% no Facebook na comparação entre março de 2019 e março de 2020.

Fintechs x bancos tradicionais

O surgimento de empresas fintechs – e a "batalha" contra os bancos tradicionais – fez parte da conversa nas redes sociais. No Brasil, na comparação entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 de audiência multiplataforma, é notável a ascensão das fintechs: PagSeguro cresceu 750% em alcance e o Nubank 63%. Apesar disso, bancos tradicionais, como Itaú, Bradesco e Santander, ainda se mantêm entre as maiores audiências entre as plataformas.

No mesmo período, na Argentina, a audiência multiplataforma do Brubank aumentou 214%, do Mercado Pago, 176%, e do Ualá, 72%. Já no México, bancos como Citibanamex, Santander e Scotiabank cresceram seu alcance acima de 5%. Paralelamente, a Konfio obteve um aumento de 6% e a Kueski, de 3%.

Aplicativos mobile

O mercado conquistado pelos aplicativos de serviços financeiros é outra métrica que mostra o impacto da pandemia no comportamento do usuário. O país em que isso mais se notou foi a Argentina, com inscrições que dobraram o número de visitantes únicos, como Mercado Pago, Santander Río, Galiza ou Nación. No México, houve um salto geral em quase todos os aplicativos dos diferentes bancos; entre os mais utilizados estão: BBVA México (Bancomer Móvil), Banco Azteca, Citi Banamex Móvil, Mercado Pago e Banorte Móvil. No Brasil, os apps de maior alcance são o da Caixa e do Nubank, enquanto isso, o do PicPay foi o que mais cresceu em número de visitantes no último ano.

Tendências e alcance nas redes

Em relação ao desempenho das audiências das subcategorias relacionadas a serviços financeiros, uma das curvas com maior volatilidade nas redes latino-americanas foi a de investimento, que teve um pico elevado de acesso dos usuários em maio e abril de 2020 e sofreu uma queda acentuada que só se recuperou no final do ano. Comportamento semelhante foi experimentado pela categoria de bancos em relação ao total de visitas.

Contudo, além dessas duas tendências observadas na região, os comportamentos dos usuários foram diferentes em cada país. A categoria de investimentos foi a que mais caiu no Brasil, Argentina e México, e a que mais cresceu no Chile, Colômbia e Peru. As três maiores economias da região apresentaram comportamentos distintos em relação aos temas de mais alcance: enquanto na Argentina a categoria que mais cresceu foi a bancária (37%); no Brasil, quem mais cresceu foram os serviços financeiros e consultoria (53%). Por sua vez, o México experimentou um declínio na maioria das categorias.

Digital de tudo

O que fica claro na análise da Comscore é que a versão digital dos bancos está consolidada em um nível geral em toda a região. No Brasil, o alcance dos sites bancários chega a 73%, no Chile a 66% e na Argentina a 61%. Além disso, nenhum dos outros países pesquisados fica abaixo de 40%: na Colômbia chega a 46%, no México a 45%, e no Peru a 43%
Em solo brasileiro, as propriedades do PagSeguro, PicPay e da Caixa também tiveram saltos em audiência entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021. O site do Pagseguro viu o total de visitantes únicos crescer em mais de 216% nos intervalos de um ano, no PicPay, esse número chegou a aumentar mais de 80% e, no portal da Caixa, atingiu uma alta de mais de 24%.

Em relação a maneira como os usuários se conectam aos bancos, o uso de dispositivos móveis (smartphones e tablets) é a grande tendência. Os números mostram que em termos percentuais o mobile já é a forma mais utilizada para se conectar aos bancos digitais na Argentina, México e Brasil. Apesar disso, os dispositivos desktop (computadores) ainda são os que concentram mais tempo de uso na medição em média de minutos gastos por visitante.

Eduardo Carneiro, diretor geral da Comscore, relata que o estudo deixa claro que um ano após o início da pandemia, o alcance das ferramentas de bancos digitais está aumentando em toda a América Latina. "Os usuários buscam por ferramentas que facilitem o seu dia-a-dia e as instituições devem estar preparadas para essa revolução digital que cresce exponencialmente. Além disso, as questões financeiras se multiplicam nas redes sociais, que se tornam um reforço importante para o fortalecimento de marca e relacionamento com o consumidor. Aqueles que não se adequarem ao digital, perderão espaço no mercado", afirma o executivo.

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