O ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta segunda-feira, 19, em São Paulo, a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN), que visa fortalecer e integrar ações governamentais e agentes ligados à nanotecnologia com o objetivo de promover o desenvolvimento científico e tecnológico do setor, com foco na inovação. A medida está alinhada aos objetivos da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) e ao Plano Brasil Maior, programa criado pelo governo federal que visa fortalecer a economia brasileira. Dentre os setores que serão contemplados pela iniciativa destacam-se, além de tecnologia da informação, o de aeronáutica, agronegócios, saúde e cosmética, energia e óleo e gás.
Na IBN será aplicado um total de R$ 450,7 milhões em um período de dois anos, sendo R$ 150,7 milhões ainda neste ano, dos quais R$ 38,7 milhões serão destinados especificamente ao Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), sistema de laboratórios multiusuários direcionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em nanociências e nanotecnologias, um dos alicerces do programa. Em 2014, a iniciativa contará com R$ 300 milhões, sendo R$ 148 milhões direcionados ao SisNano.
Durante a solenidade foram anunciadas as unidades que irão compor o SisNano, sistema instituído pela Portaria 245, de 5 de abril de 2012. Das 50 propostas apresentadas em chamada pública realizada em agosto do ano passado, 26 laboratórios foram selecionados para integrar a rede, sendo oito estratégicos, ligados ao MCTI e aos órgãos públicos, e 18 laboratórios associados, localizados em universidades e institutos de pesquisa. As atividades realizadas nos locais seguirão diretrizes do Comitê Interministerial de Nanotecnologia (CIN), criado para gerir e acompanhar o desenvolvimento das ações.
De acordo com o secretário de Desevolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata, a intenção é estruturar e ampliar o acesso à infraestrutura laboratorial brasileira. “A ideia é que as unidades, laboratórios já consolidados, funcionem como estruturas abertas e ofereçam opções de nanotecnologia para atender a projetos de empresas e pesquisadores que precisem de acesso a estruturas muito complexas”, declarou.
Outras iniciativas
Durante discurso sobre o lançamento da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, destacou que, além da nanotecnologia, os projetos da pasta estão focados atualmente em duas outras áreas: biotecnologia e tecnologia da informação. O ministro aproveitou a oportunidade para fazer um balanço de outra iniciativa do MCTI a fim de promover o estímulo à inovação no país, especificamente no setor de software, o TI Maior.
Raupp destacou que, depois de um ano do lançamento do programa, as expectativas com o sucesso da ação têm se consolidado. Algumas metas, segundo ele, já foram alcançadas como é o caso da fixação de centros globais de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil em parceria com a EMC e Microsoft, bem como a conclusão da seleção de 56 startups para a primeira fase do programa Startup Brasil. “O programa TI Maior está cumprindo rigorosamente sua proposta de posicionar o Brasil competitivamente no setor de software”, concluiu.