Governo anuncia 4º centro de PD&I do plano TI Maior e lança edital para fomentar inovação

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O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou nesta quinta-feira, 19, a implantação do quarto Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do país, em parceria com a SAP. Conforme os termos do acordo, o SAP Labs Latin America atuará como um centro do Programa Estratégico de Software e Serviços de TI — TI Maior. O laboratório, que iniciou suas operações no Brasil em 2006, passará por uma expansão para se adequar ao programa do governo.

Para apoiar os centros, o MCTI prevê investimentos do governo federal de R$ 15 milhões, entre 2012, quando o programa foi lançado, até 2015. No caso da SAP, que desembolsou R$ 100 milhões para a criação do laboratório em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, R$ 47 milhões já foram aplicados desde a inauguração oficial do laboratório, em 2009. Agora, para a expansão das instalações visando atender ao programa, prevista para ser finalizada em dezembro, serão investidos mais de R$ 60 milhões. A meta é ampliar o número dos atuais 514 colaboradores para mil até o fim deste ano.

"O fundamental em inovação para o país não é só consumir inovação, mas desenvolver e exportar, e a co-inovação com o governo é importante nesse sentido", disse o vice-presidente de operações da SAP para a América do Sul, Fernando Lewis, durante solenidade para anunciar a parceria com o governo.

Este é o quarto centro de PD&I no âmbito do programa TI Maior. No ano passado, foram lançados os outros três em parceria com a Microsoft, Intel e EMC, todos instalados no Rio de Janeiro. Segundo o secretário de Políticas de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, todos os quatro centros constituem investimentos privados acima de R$ 700 milhões. "Estamos satisfeitos em cumprir nossa meta de quatro centros no país, prevista para 2014, um ano antes do programado", ressaltou.

No ano que vem, o MCTI espera lançar ao menos mais um centro alinhado com o programa TI Maior. Almeida destaca que o governo está em conversações com a francesa Bull, fabricante de equipamentos de infraestrutura, para abertura de um centro no país. A partir de um acordo de transferência de tecnologia entre Brasil e França, assinado em 2010, a companhia fornece tecnologias de computação de alto de desempenho para o Brasil. A ideia para o próximo ano é instalar uma dessas supermáquinas no país. "Para isso, será preciso também estabelecer um centro de desenvolvimento de software e estimamos investimentos na ordem de 30 milhões de euros para todo o projeto", destacou o secretário.

Edital

Em continuidade ao planejamento do TI Maior, que prevê o apoio a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia desses centros, o MCTI abriu chamada pública para promoção da inovação no país. O edital visa levar aos centros e universidades recursos para atrair pesquisa com objetivo de gerar produtos inovadores no país. "Queremos tornar pesquisa em produtos, serviços e riquezas ao país", destacou Almeida. Da parte do governo serão aplicados R$ 14 milhões num programa de bolsas, com duração de três anos, para pesquisadores, professores e estudantes de pós-graduação, mestrado e doutorado trabalharem em colaboração com os centros de PD&I e universidades. O objetivo é gerar patentes e fomentar projetos de inovação no Brasil.

O secretário ressaltou durante a solenidade que o país investe quase R$ 50 bilhões em PD&I, sendo 52,8% provenientes do setor público e 47,2%, do privado. O edital, que ficará aberto por 45 dias a partir desta quinta-feira, 19, visa ampliar os investimentos, atraindo empresas e institutos de ciência e tecnologia, ou consórcios entre ambos. O resultado esperado da colaboração público-privada é a geração de investimentos na ordem de R$ 28 milhões.

O ministro do MCTI, Marco Antonio Raupp, destacou ainda que o país só tem sucesso e inovação se puder ampliar a parceria público-privada, e o edital é um exemplo desse esforço. "A inovação está sendo, pela primeira vez, reconhecida como uma atividade estruturante no país. Devemos estimular a parceria público-privada para fomentar o setor."

2 COMENTÁRIOS

  1. Concordo plenamente com o Rodrigo. Isso sem contar que TODAS ESSAS EMPRESAS fabricam software/hardware proprietário, ou seja, a transferência de tecnologia é mínima ou incidental, além de estar na contra-mão do discurso desse governo (ah, mas que novidade…)

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