Aumento da taxa de juros dos EUA pode prejudicar mercado latino-americano de TI

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O possível aumento da taxa de juros no mercado norte-americano pode afetar o mercado de tecnologia da informação na América Latina. Aliado a isso, o crescimento das vendas do mercado de distribuição de produtos de TI caiu de 15% do último trimestre de 2014 para cerca de 10% nos dois primeiros trimestres de 2015.  A informação foi dada por Steve Brazier, CEO e presidente da consultoria Canalys, na abertura do "Channels Forum 2015", na quarta-feira, 18, evento realizado em Cartagena, na Colômbia. O executivo acrescentou ainda que se comparamos do ano passado até agora, a margem operacional cresceu apenas de 1,7% no segundo trimestre de 2013 para 2,2% no segundo trimestre de 2015.

Segundo ele, essa decisão teria consequências também para segmento de startups, onde companhias que não lucram "nada", são altamente avaliadas pelos investidores, mas que na verdade rendem muito só para seus fundadores que "escrevem livros, tem programas na TV, dão entrevistas, etc , como Aarom Livie, da Box; Peter Thiel, da PayPal, Jack Dorsey do Twitter; Elon Musk, da Space X; Reid Hoffman, do Linkedin, entres outros,  uma situação parecida com o tempo da ''bolha da Internet'', que o economista Alan Greenspan chamou de exuberância irracional''.

Brazier também analisou o mercado de grandes empresas, que juntas faturaram US$ 750 bilhões em 2015, algumas das quais apresentaram queda de vendas de 2012 para cá, como a recém-dividida HP (que faturou US$ 106 bilhões em 2015) recuo de 13% e IBM (receitas de US$ 84 bilhões) com queda de 20%. As que mais cresceram no período foram Alphabet-Google (receitas de US$ 72 bilhões) e crescimento de 52%; Lenovo, com faturamento de US$ 47 bilhões e crescimento de 47%; Apple, com vendas de US$ 218 bilhões, crescimento de 39% em 2015.

Ainda segundo o executivo, o mercado de smartphone no terceiro trimestre somou 336 milhões de unidades comercializadas, crescimento de 9% em relação ao ano anterior, sendo que o modelo classificado como "large" vendeu 80 milhões de unidades, crescendo 74%, ao contrário do modelo "small', que contabilizou 257 milhões de unidades, com redução de 2% no trimestre.

No segmento de tablets, as vendas no terceiro trimestre somaram 42 milhões de unidades, redução de 20%; notebooks, vendas da ordem de 46 milhões de unidades, queda de 10%.

Brazier disse que o motivo da queda de vendas de tablets pode ser explicado pela falta de inovação no produto; a de notebooks pode ser creditada à Microsoft, pois esta liberou gratuitamente a versão do Windows 10, software de enorme base instalada mundialmente, que tradicionalmente impulsionava a compra de outro notebook pelo usuário para rodar a nova versão.

Para 2016, o executivo prevê que o mercado vai ser estável, e que a hiperconvergência vai ajudar os fabricantes a venderem tablets 2×1, que tem função de notebooks e tablets no mesmo produto.

Falando para uma plateia de distribuidoras e revendas de TI da América Latina, Brazier também  alguns pontos que as empresas devem observar para melhorar o relacionamento entre fornecedores e parceiros, como incrementar programas de certificação; aperfeiçoar procedimentos de registros de geração de negócios; eliminara a complicação da política de "rebates" e tornar mais simples o gerenciamento do portal de canais.

*O jornalista viajou a Colômbia a convite da empresa.

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