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Google pede à FCC mais espectro não licenciado para projeto de balões

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Juntando-se ao coro da indústria de eletrônicos, o Google enviou na semana passada uma carta à Federal Communications Commission (FCC), a agência reguladora norte-americana, pedindo maior flexibilidade no uso de espectro não licenciado, em especial para altas frequências, em faixas acima de 24 GHz. O objetivo, além de promover a comunicação de curta distância com grande capacidade de dados, é a de proporcionar banda larga móvel por meio de balões ou drones.

No documento, a companhia diz que a Comissão “deveria permitir compartilhamento de espectro nessas bandas e designar espectro suficiente para apoiar serviços e plataformas inovadores e emergentes”, com uma abordagem balanceada para espectro licenciado, não licenciado e compartilhado. A empresa alega que o uso de faixas não licenciadas promovem contribuições e inovações maiores e de forma mais rápida, ao contrário de espectro licenciado, que exige comprometimento de longo prazo e com alto custo e investimento em rede por parte das operadoras.

Segundo o texto, a FCC, ao mencionar o assunto no final do ano passado, focou muito em altas frequências como complemento de redes de macrocélulas tradicionais. Embora reconheça que isso continue a ser importante, a companhia diz que aplicar faixas não licenciadas poderia ser uma oportunidade, já que o espectro ultra-alto tem características de propagação diferentes das faixas utilizadas atualmente com a banda larga móvel. O Google cita exemplos de uso de espectro entre 3.550 e 3.700 MHz pela AT&T e Verizon, bem como a recomendação da CTIA em utilizar banda de 5 GHz para “uma nova geração de tecnologias não licenciadas”.

Compartilhamento

Na opinião da gigante da Internet, as bandas de alta frequência mostram-se como uma “oportunidade importante para promover o compartilhamento de espectro”, resultando em maior eficiência na utilização. Trata-se, na verdade, da opinião do próprio chairman Tom Wheeler. No começo do mês, durante a Consumer Electronics Show (CES 2015) em Las Vegas, ele abordou o assunto, dizendo que “o futuro do espectro será totalmente no compartilhamento”. Além disso, o Google lembra que as bandas acima dos 24 GHz já são compartilhadas entre serviços de distribuição multiponto local (LMDS, na sigla em inglês) e serviços de satélite nas bandas de 27,5-28,35 GHz e 29,1-29,25 GHz. Outro exemplo é de compartilhamento de bandas de 37-38,6 GHz e 42-42,5 GHz entre órgãos do governo.

Mesmo se partes do espectro estiverem sendo monopolizadas por apenas uma aplicação, a aposta é que isso acabará mudando com as demandas futuras. “Dada a dificuldade em realocar serviços existentes, é provável que o compartilhamento proporcione o caminho mais rápido para uso intensivo de banda larga wireless nessas faixas”, diz o documento, considerando ainda que, tecnicamente, o RAN Sharing é uma tarefa “relativamente fácil de ser feita”.

O Google justifica ainda que o Institute for Electrical and Electronics Engineers (IEEE) desenvolveu uma padronização dos chamados white spaces, canais de radiodifusão que estão vagos. A companhia diz que o uso desse espectro em Wi-Fi tem servido campus de universidades, espaços públicos e aplicações de smart cities, como monitoramento de consumo de energia, de qualidade da água e de gerenciamento de tráfego.

Entra em questão também um modelo de sistema de acesso a espectro (SAS, na sigla em inglês) gerenciando três tipos de usuários: incumbents, prioritários e acesso geral, evitando interferência com uso militar e de usuários não governamentais. Trata-se do projeto de acesso compartilhado autorizado (ASA, na sigla original), sugerido pela Qualcomm e pela Nokia Networks, entre outros fornecedores.

Balões

A companhia também cita que as altas frequências têm características de absorção atmosférica e de propagação que as fazem ser apropriadas para operações em linha de visada (propagação direta). “Além disso, antenas altamente direcionadas são tipicamente necessárias para conseguir alcance significativo, o que reduz a interferência para outros usuários”. Segundo a empresa, essas antenas podem ser pequenas e leves, o que reduz o preço de equipamentos e instalação.

Diferente do sugerido pela FCC, o Google propõe que uso de banda não licenciada possa ser expandido para formas “não tradicionais”. As ondas mais curtas dessas frequências permitem uso dessas pequenas antenas direcionais para conseguir ganho substancial, permitindo assim “comunicações direcionais a partir de um dispositivo leve por distâncias significativas”. Além disso, a maior disponibilidade de blocos permite grande capacidade de dados. “As bandas poderiam ser utilizadas, por exemplo, para oferecer acesso de banda larga via plataformas aéreas como balões de alta altitude ou veículos não tripulados em áreas onde a implantação de redes terrestres não é economicamente viável”. Isso bate exatamente com a proposta da companhia de utilizar balões para propagar sinal de banda larga móvel, o Project Loon.

Outra utilidade é a de levar as altas frequências para a comunicação máquina-a-máquina (M2M), proporcionando backhaul ou comunicações ao hub ou mesmo apenas entre os dispositivos. O Google cita o padrão 802.11ad (Wi-Gig) desenvolvido pela Wi-Fi Alliance para transmissões em backhaul usando a banda de 60 GHz. Além disso, há aplicações em redes domésticas para transmissão de conteúdo de mídia em alta definição. “A banda poderia ser usada para a próxima geração de serviços de banda larga não licenciados – quer sejam complementos para redes existentes de Wi-Fi, assim permitindo o maior offload de espectro licenciado, ou para tecnologias e inovações inteiramente novas”.

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