A tecnologia da informação no formato em que conhecemos hoje está morta. O que antes era apenas uma missão para “manter as luzes acesas” evoluiu para a necessidade de engajar e fidelizar clientes. E, cada vez mais, para que uma empresa se beneficie da nova tecnologia da informação, precisa investir em software.
Com o software agora posicionado no centro do negócio, organizações estão se transformando digitalmente no sentido de adotar práticas ágeis e novas tecnologias que entreguem inovações ao mercado de maneira rápida e segura. Desta forma, conseguem fazer com que seus clientes estejam sempre por perto, desejando novos produtos e soluções.
Mas quais são os principais desafios para que estas organizações comecem esse processo de transformação digital em 2016?
- Para desenvolvimento flexível e em escala, invista em containers
O ano de 2016 verá pelo menos um sonho de décadas tornar-se realidade – a criação de um fluxo de desenvolvimento baseado em componentes, ligado a práticas ágeis e contínuas de desenvolvimento, permitindo que organizações se transformem num ritmo mais acelerado do que nunca.
O foco será nos serviços menores, que poderão ser implantados independentemente, entregando novos recursos de maneira contínua. Os dias de espera para a revisão de aplicativos inteiros estão acabados.
Microsserviços e containers (tecnologia que permite executar processos e testes de maneira isolada, com segurança e estabilidade) proporcionarão maior poder de flexibilidade e escala no processo de desenvolvimento. As duas tecnologias transformarão a maneira com que desenvolvedores constroem, implantam e atualizam aplicativos e acelerarão a necessidade de que práticas ágeis fiquem à frente das mudanças no mercado e das exigências dos clientes.
- “Segurança ágil” entra em campo
Segurança não pode mais ser uma reflexão tardia. Tem que ser preparada sob todos os aspectos do design de aplicativos, desenvolvimento e implantação.
A aceleração dos ciclos de desenvolvimento de softwares faz com que a segurança tenha que estar na base de qualquer projeto ou processo de desenvolvimento.
Para 2016, todos os caminhos levam à ideia emergente de “segurança ágil”. Trazer segurança mais cedo ao processo, junto à metodologia DevOps e a práticas ágeis, adiciona o imprescindível terceiro pilar ao desenvolvimento de software em escala e alta velocidade.
- Analytics por todas as partes ditarão o valor do cliente
Com o passar dos anos, os analytics evoluíram de inteligência de negócios para transacional e big data. A partir de agora, análises em tempo real que elevam a experiência do cliente na medida em que ligam previsões a ações prescritivas se tornarão praxe.
Em 2016 nós entraremos em uma era na qual o fator demográfico permitirá às organizações personalizar serviços, definir preços, vendas e produtos em tempo real para o indivíduo. Com os analytics, levaremos melhores experiências ao cliente, na medida em que colocamos a segurança que protege os consumidores como pano de fundo. Novas técnicas de análises usarão padrões de comportamento e o aprendizado das máquinas para separar clientes reais de fraudadores e proporcionarão transações e experiências com menos costuras.
- Internet das coisas: do reino das possibilidades interessantes ao mundo da aplicação real
Ainda que a internet das coisas, um elemento da transformação digital, seja uma tecnologia de alto potencial, podemos dizer que ela ainda engatinha. Analytics e segurança seguram a chave para abrir a porta que agregará mais valor aos consumidores.
As particularidades inerentes ao mundo da internet das coisas criam mais vulnerabilidades e pontos de ataque do que nunca e aumentam as chances de conflito. Conceitualmente, a internet das coisas é aquela elegante nova onda que todos querem surfar, mas abaixo da superfície há um terreno cheio de complexidades que precisam ser acessadas e entendidas.
Na medida em que a internet das coisas chega ao mainstream, a “identidade das coisas” passará a ser fundamental. Da mesma maneira que a identidade de uma pessoa precisa ser autenticada, a “identidade” de um dispositivo e qualquer fluxo de dados que chegue a ele também precisam ser confirmados e definidos como confiáveis.
Ferramentas como identidade e gerenciamento de acesso (IAM) para internet das coisas e tabelas de interação são necessárias para assegurar que estamos engajados com as “coisas certas” e elas não estão conflitando, anulando ou duplicando a si mesmas no ambiente.
Enquanto sensores de internet das coisas e dispositivos inteligentes proliferam e interagem conosco em áreas críticas, como Saúde e indústrias automotivas, eles ajudarão a simplificar – e talvez salvar – nossas vidas e melhorar as experiências dos clientes.
- Blockchain encontra o seu fundamento
A surpresa de 2016 será o ressurgimento da tecnologia blockchain e o seu refinamento ao ponto de que realmente encontrará seu lugar fora do livro de contabilidade do Bitcoin.
Blockchain era uma palavra-chave para muitas startups há dois anos e está pronta para renovação, quando olhamos para o crescimento da internet das coisas e necessidade de envolvimento seguro entre dispositivos.
Uma tecnologia como a blockchain, que depende de uma rede de computadores e tem a privacidade como elemento central, será um importante facilitador da internet das coisas e da transformação digital de qualquer organização, uma vez que simplifica ainda mais as operações para se ter mais agilidade e receptividade do cliente.
A tecnologia blockchain terá que superar sua “culpa por associação” aos problemas relacionados ao Bitcoin, mas há claramente a capacidade para se tornar a “bola da vez” para sensores e internet das coisas em geral.
Otto Berkes, Chief Technology Officer da CA Technologies.