O Ministério das Comunicações e a Qualcomm, fabricante de chips para dispositivos móveis, anunciaram nesta sexta-feira, 20, uma parceria que visa impulsionar a massificação do uso de smartphones no país. O acordo prevê a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento voltado a tablets, além de um laboratório para apoiar desenvolvedores brasileiros de aplicativos para smartphones e tablets, ambos previstos para serem instalados no estado de São Paulo. A empresa e o Minicom não divulgam o valor investido no projeto e ainda não há previsão de início e conclusão das obras.
De acordo com Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina, o laboratório será o primeiro da empresa nesta modalidade no mundo. Segundo ele, a escolha do Brasil, entre os demais países emergentes, se deu em razão do crescimento econômico, a disponibilidade de profissionais qualificados, além de uma agenda digital estruturada, numa alusão ao Programa Nacional de Banda Larga do governo federal.
A empresa americana também pretende cooperar com a indústria nacional de eletroeletrônicos e com os centros de educação e tecnologia no campo da comunicação sem fio. Também está prevista a alocação de parcela do fundo de investimento da companhia para fomentar startups de várias tecnologias no país.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, adiantou que está em conversações com os ministérios da Fazenda, Ciência e Tecnologia, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para incluir a fabricação de smartphones na Lei do Bem, o que reduzirá significativamente o preço dos equipamentos, para que possa chegar às mãos de mais brasileiros.
Lucratividade em alta
O investimento da Qualcomm no Brasil vai ao encontro com seu atual momento financeiro. A companhia terminou o segundo trimestre do ano fiscal de 2012, encerrado em 25 de março, com expressivo aumento de 123% no lucro líquido, que saltou de US$ 995 milhões, em igual período do exercíco fiscal anterior, para US$ 2,23 bilhões. A receita totalizou US$ 4,94 bilhões contra US$ 3,87 bilhões na mesma base de comparação, o que representa um crescimento de 28%.