Compras de TI sustentáveis garantem operação mais eficiente

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Como comentei em artigo anterior, a gestão sustentável da tecnologia da informação envolve os processos de planejamento, aquisição, operação e descarte de equipamentos eletrônicos dentro das premissas de práticas sustentáveis.

Dentro deste contexto, os processos de planejamento e aquisição feitos no mercado brasileiro estão cada vez mais alinhados com os padrões europeu ROHS (Restriction of Certain Hazardous Substances) e americano EPEAT (Electronic Product Environmental Assessment Tool). Tais padrões dão maior ênfase à vertente ambiental de sustentabilidade. Isso inclui a restrição a substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio, cádmio e outros metais pesados no processo produtivo, o alinhamento aos padrões ISO 9001 (gestão de qualidade) e ISO 14001 (gestão ambiental) e a incorporação de funcionalidades de economia de energia nos equipamentos fabricados (padrão internacional Energy Star para o consumo eficiente de energia).

O padrão EPEAT vai um pouco mais além, pois considera toda a cadeia produtiva. Desse modo, a produção de um computador, por exemplo, deve considerar o uso de insumos sustentáveis e de fontes renováveis no processo produtivo, bem como a minimização da geração de resíduos e descarte correto desses resíduos. Para montar um computador, por exemplo, são adquiridos componentes como placa mãe, fonte de alimentação e sistema de ventilação. Tudo deve ser produzido dentro das premissas de práticas sustentáveis. Isso significa que se uma empresa quer o selo EPEAT ouro não basta seguir práticas sustentáveis nos seus processos produtivos, mas deve exigir isso de seus fornecedores na fase de produção e de encaminhamento pós-consumo, impactando toda a cadeia produtiva.

Outra questão importante é a facilidade de desmontagem dos equipamentos de TI ao fim de sua vida útil para fins de encaminhamento correto dos seus diversos componentes seja para reuso ou reciclagem. Dessa forma, o material plástico e metais ferrosos, por exemplo, são encaminhados a empresas especializadas que trabalham com esses tipos de material evitando que sejam enviados para aterros sanitários ou lixões.

Falamos então do conceito de ecodesign, que está relacionado ao design de produtos, sistemas e serviços que reduzam o uso de recursos não-renováveis e minimizem o seu impacto ambiental nas suas fases de produção, operação e descarte.

Resumindo, dentro do escopo de gestão sustentável de TI, adquirir um produto de "TI verde", seguindo padrões como ROHS e EPEAT, implica em garantir que a sua operação será mais eficiente do ponto de vista de consumo de energia e o seu descarte no final de sua vida útil para a empresa seja mais simples e não represente risco de contaminação tanto do meio ambiente como de pessoas no seu manuseio.

*Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho é coordenadora do LASSU-PCS-EPUSP, pesquisadora do LARC-PCS-EPUSP e professora da Escola Politécnica da USP. E-mail: terezacarvalho@usp.br

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