Durante o Hitachi Vantara LATAM Partner Summit, executivos da Hitachi Vantara Brasil e da IDC destacaram o avanço dos investimentos em tecnologia no Brasil e os principais desafios que ainda travam a transformação digital em diversas verticais.
De acordo com Andrea Fodor, CEO da Hitachi Vantara Brasil, o país responde por 40% do resultado da companhia na América Latina, o que reflete o crescimento de 13% registrado em 2024 no setor de tecnologia, segundo dados da IDC. "O Brasil apresenta um nível de maturidade digital muito superior ao de outros países da região. O mercado já passou pela fase de experimentação em cloud e hoje entende melhor o que gera valor", afirmou.
Essa maturidade tem levado empresas a repensarem suas estratégias. Dados apresentados por Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria em telecomunicações da IDC Brasil, indicam que 42% das companhias repatriaram workloads da nuvem para ambientes on-premises nos últimos 12 meses. Para os próximos, 66% manifestaram intenção de seguir esse caminho. "A maioria percebeu que levou aplicações para a nuvem de forma apressada e está reavaliando com base em custo, desempenho e segurança", explicou o analista.
Segundo Fodor, embora segurança apareça entre os motivos para esse movimento, o fator predominante é o custo. "Muitos clientes não modernizaram suas aplicações antes de migrar para a nuvem. Isso gerou ineficiência e aumentou os gastos. Agora buscam ambientes mais híbridos e controlados, com governança de dados e infraestrutura local ou em service providers", detalhou.
Ela reforça que a repatriação não é um retrocesso, mas parte de um amadurecimento estratégico. "Há um esforço das empresas em equilibrar consumo de nuvem e infraestrutura interna, apostando em soluções que tragam mais eficiência energética, automação e recuperação rápida de dados em caso de incidentes", completou.
Para a IDC, a nuvem pública seguirá em expansão, com crescimento anual acima de 20%, mas é essencial que as empresas escolham com critério quais workloads migrar. "Não é uma questão de nuvem ou on-premises, mas de encontrar o mix ideal. A falta de governança contratual tem frustrado muitas organizações", alertou Saboia.
A Hitachi Vantara também vê crescimento de investimentos em infraestrutura e automação, impulsionados por setores como indústria, energia e mineração. Contudo, dois entraves ainda limitam a expansão da digitalização no país: a conectividade e a escassez de mão de obra qualificada. "Tem cliente com verba disponível, mas sem equipe para executar os projetos", afirmou Fodor.
Apesar desses desafios, a expectativa é de aceleração. "Com a expansão da conectividade via satélites de baixa órbita e maior preparo das empresas, o Brasil tende a dar um novo salto no consumo de tecnologia", concluiu a executiva.
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