As violações de dados aumentaram 15% globalmente nos primeiros seis meses deste ano na comparação com o último semestre de 2015, de acordo com o Breach Level Index, divulgado nesta terça-feira, 20, pela Gemalto, fornecedora de soluções de segurança digital e SIMcards. Ao todo, foram comunicadas 974 violações de dados e mais de 554 milhões de registros de dados comprometidos entre janeiro e junho deste ano, na comparação com 844 violações de dados e 424 milhões de registros de dados comprometidos nos seis meses anteriores. Além disso, 52% das violações de dados ocorridas no primeiro semestre não divulgaram o número de registros comprometidos no ato da comunicação.
Segundo o Breach Level Index, mais de 4,8 bilhões de registros de dados foram expostos desde 2013, ano no qual o índice começou a classificar publicamente as violações de dados comunicadas. Nos primeiros seis meses deste ano, o roubo de identidade foi o principal tipo de violação de dados identificado, sendo responsável por 64% de todas as violações de dados, um aumento em relação aos 53% dos seis meses anteriores. As intrusões maliciosas representaram o principal tipo de violações de dados, sendo responsáveis por 69% das violações, um número superior aos 56% identificados nos seis meses anteriores.
Dentre vários setores, o setor de saúde totalizou 27% das violações de dados e apresentou um aumento de 25% nas violações na comparação com os seis meses anteriores. Entretanto, o setor de saúde representou somente 5% dos registros de dados comprometidos em relação aos 12% dos seis meses anteriores. O setor governamental foi responsável por 14% de todas as violações de dados, mantendo o mesmo patamar dos seis meses anteriores, mas representando 57% dos registros comprometidos.
As exceções foram as empresas de serviços financeiros e do setor de varejo, que registraram queda nas violações de dados. As empresas de serviços financeiros contabilizaram 12% de todas as violações, uma queda de 4% em relação aos seis meses anteriores, mas contabilizando apenas 2% dos registros de dados comprometidos. Já o setor de varejo foi responsável por 11% das infrações de dados, com queda de 6% em relação aos seis meses anteriores, e contabilizando 3% dos registros de dados comprometidos.
O setor de ensino foi responsável por 11% das violações de dados e representou menos de 1% de todos os registros comprometidos. Todos os outros setores representaram 16% das violações de dados e 16% dos registros de dados comprometidos.
Com relação às três principais regiões geográficas com violações de dados comunicadas, 79% das violações ocorreram na América do Norte, 9% na Europa e 8% ocorreram na região Ásia-Pacífico.
"Nos últimos doze meses, os hackers continuaram buscando oportunidades fáceis e rastreando dados pessoais confidenciais e desprotegidos que possam ser usados para roubar identidades", disse Jason Hart, vice-presidente e CTO de proteção de dados da Gemalto. "O roubo de nomes de usuários e de afiliação de contas talvez irrite os consumidores, mas o fracasso das empresas na proteção de dados e identidades pessoais confidenciais é um problema crescente que terá implicações na confiança do consumidor nos serviços digitais e nas empresas às quais confiam seus dados pessoais."
O Breach Level Index é um banco de dados global que monitora violações e mede sua gravidade com base em várias dimensões, incluindo o número de registros comprometidos, o tipo de dados, a origem da violação, como os dados foram usados e se estavam ou não criptografados. Ao atribuir uma pontuação indicando a gravidade de cada violação, o Breach Level Index disponibiliza uma lista comparando as violações, distinguindo as violações de dados que não são graves das que apresentam um impacto real.