O uso da biometria tanto para identificação do usuário quanto para a segurança das informações no ambiente empresarial aumenta de forma expressiva e deve fazer, cada vez mais, parte da nossa rotina. A fim de acompanhar a evolução digital, empresas passaram a adotar a identificação biométrica em várias esferas e processos, garantindo a segurança e o conforto do usuário final.
Complementar à proteção de dados e alta eficiência em segurança, o reconhecimento de pessoas com base em suas características físicas facilita atividades rotineiras que exigem a utilização de senhas numéricas e evita possíveis fraudes. Afinal, no meio de tantas chaves e números, quantas pessoas conhecidas – ou até mesmo nós – cometem o erro de anotar senhas em diversos lugares tentando evitar todo o trabalho de recuperação caso a combinação seja esquecida?
Em um recente relatório de tendências realizado pela Ericsson por meio do ConsumerLab, uma das descobertas é que já existe uma mudança de paradigma, onde os consumidores esperam que a tecnologia digital opere cada vez mais em termos humanos onde o corpo será a interface do usuário. Duas a cada três pessoas entrevistadas acreditam que em apenas três anos usaremos linguagem corporal, expressão facial e toque para controlar a interação do consumidor com dispositivos tecnológicos.
Hoje, já é possível encontrar essa tecnologia em todos os setores da indústria e camadas da sociedade como, por exemplo, instituições bancárias que autorizam operações financeiras, como por exemplo saques, ao aproximar a mão sobre o sensor biométrico. Ou, então, sistemas de votação capazes de garantir a identificação do usuário. Além disso, muitas pessoas já começaram a aderir a automatização em suas residências, com a biometria para substituir o uso de chaves e smartphones que desbloqueiam com a impressão digital e reconhecimento facial.
As opções disponíveis de dispositivos de autenticação por meio da biometria são múltiplas: impressão digital, íris, facial, reconhecimento vascular da palma da mão, dentre outras. Especialmente a biometria de reconhecimento das veias da palma da mão tem se destacado como a mais precisa do mundo por ter a menor taxa de falsa aceitação – característica que determina quão precisa é a tecnologia e, consequentemente, a qualidade e segurança de legitimidade.
Tal qualidade se deve à complexidade do mapa de veias na palma da mão (que contém cerca de 5 milhões de pontos de referência) e, ao contrário da impressão digital por exemplo, a “informação” está oculta dentro da pele do indivíduo. O mapeamento é realizado com ondas de luz próximas ao infravermelho, capazes de identificar o padrão de veias na palma da mão – dessa forma, a informação não pode ser copiada facilmente como ocorre em outras tecnologias biométricas. Um exemplo do que poderia ser evitado com isso (devido ao fato da informação estar oculta) é o caso da ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, que teve sua impressão digital clonada por um hacker a partir de fotos feitas com uma câmera fotográfica comum.
A tecnologia é promessa de segurança em diversos setores, desde escolas, hospitais, aeroportos, condomínios comerciais e residências. Além de ser mais conveniente e seguro do que os sistemas tradicionais de senhas e cartões, é mais confortável porque não pode ser perdido, pois o elemento de identificação é parte da pessoa. Inclusive, já que não existe uma senha, ela não pode ser esquecida, copiada ou falsificada.
Pessoas com cicatrizes nas mãos, trabalhadores rurais ou um que tenha, por algum motivo, muito desgaste da pele podem ter problemas de autenticação da impressão digital, o que já não ocorre com as veias da palma da mão. Mesmo entre gêmeos idênticos, o padrão vascular é totalmente diferente em todas as mãos e se mantém o mesmo durante toda a vida do indivíduo.
As empresas com interesse na adoção de biometria para o conforto dos seus usuários devem pesquisar e saber identificar as ferramentas acessíveis, estudar as taxas e entender as vantagens de cada uma delas. Vale lembrar que a adoção dessa tecnologia pode, inclusive, representar uma enorme economia financeira para as companhias. O objetivo final deve ser sempre o mesmo: diminuir riscos nas empresas e consequentemente, facilitar o dia a dia do usuário final.
Leonardo David Gomes Soares, gerente de contas da Fujitsu Brasil.