Executivos da Fujitsu admitem ter mentido sobre demissão de CEO

0

Os executivos da fabricante japonesa Fujitsu admitiram ter fornecido informações falsas sobre a demissão do ex-CEO, Kuniaki Nozoe, em setembro do ano passado. Segundo informações do The Wall Street Journal, a confissão foi feita assembléia anual de acionistas, realizada nesta segunda-feira, 21.
À época da demissão, foi explicado que Nozoe saíra da empresa por problemas de saúde, mas o executivo foi a público e desmentiu a versão oficial, dizendo que fora desligado porque a companhia queria um presidente mais jovem, já que passava por uma reestruturação.
A Fujitsu, por seu lado, declarou que Nozoe tinha "relações próximas" com uma empresa conterrânea "de má reputação no mercado", a qual, segundo especulações da imprensa local, teria ligações com a Yakuza, a máfia japonesa, por isso foi demitido (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Durante a reunião, os acionistas questionaram os dirigentes da Fujitsu se, caso Nozoe não tivesse ido a público para desmentir as explicações sobre sua demissão e a imprensa não tivesse especulado, a empresa continuaria com a versão falsa e alimentaria a mentira até mesmo entre os acionistas. Megumi Yamamuro, um dos auditores financeiros da companhia, afirmou que a história da doença foi inventada para proteger a reputação de Nozoe. "Foi [uma mentira] inevitável", declarou.
Tanto o atual presidente da Fujitsu, Masami Yamamoto, quanto o presidente do conselho de administração da empresa, Michiyoshi Mazuka, pediram desculpas aos acionistas, mas disseram acreditar que as mentiras já foram justificadas, inclusive perante a Bolsa de Valores de Tóquio. Yamamoto ressaltou que o envolvimento de executivos com o crime organizado no Japão é uma preocupação crescente no mercado, "e mesmo quando se trata só de rumores devemos tomar todo o cuidado possível".
Ao final da reunião, os acionaistas, mesmo mostrando certa insatisfação com as mudanças na direção da Fujitsu, aprovaram as dez nomeações para o conselho administrativo e seus respectivos bônus financeiros. A companhia japonesa pagará 72 milhões de ienes (o equivalente a US$ 792 mil) para os cinco membros que fazem parte do quadro de executivos (os outros cinco são investidores externos) e 21,6 milhões de ienes (US$ 238 mil) para os dois auditores.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.