Investidor ativista pressiona EMC para fazer spin-off da VMware, a nº 1 em virtualização

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O Elliott Management Corp., fundo de hedge que é administrado pelo controvertido bilionário Paul Singer, adquiriu uma participação de mais de US$ 1 bilhão na EMC, fornecedora de soluções de armazenamento e gerenciamento da informação. Esse aumento de participação acionária do fundo teria como objetivo pressionar a empresa a fazer o spin-off (separação) da VMware, empresa líder mundial em sistemas de virtualização que hoje pertence à EMC, segundo pessoas familiarizadas com o assunto informaram ao The Wall Street Journal.

O investimento, que não havia sido divulgado até agora, é de cerca de 2% dos US$ 55 bilhões do valor patrimonial do fundo de hedge, o quinto maior acionista da EMC, de acordo com os dados recentes disponibilizados pela consultoria financeira FactSet. Trata-se de uma das maiores posições da Elliott, empresa com 37 anos de atividades e que administra ativos no valor de US$ 25 bilhões.

A ideia da Elliot com o aumento da participação é convencer a EMC que as ações da empresa teriam um impulso substancial se a VMware fosse desmembrada, disseram as fontes. A EMC detém cerca de 80% de participação na VMware, que é uma empresa de capital aberto. O argumento utilizado pelo fundo é que a atual estrutura da empresa tem prejudicado o desempenho das ações da EMC.

Procurada pelo jornal americano, a EMC disse, por meio de um porta-voz, que "estamos sempre dispostos a nos reunir com os nossos acionistas", sem fazer qualquer outro comentário.

Incremento nas vendas

Com receita de US$ 23,2 bilhões no ano passado, a EMC é composta por três empresas encadeadas que operam juntas — atuação batizada por ela como "estratégia de federação". São elas a EMC Information Infrastructurel, que fornece sistemas armazenamento de dados, a própria VMware, fabricante de software de virtualização, e a Pivotal, joint venture formada pela EMC e VMware que atua como fornecedora de serviços, software e soluções de TI. As ações da VMware são negociadas na Bolsa de Nova York, e a empresa tem um valor de mercado de US$ 41 bilhões, ou 75% da capitalização de mercado da EMC.

Caso a EMC concorde em separar a VMware, os potenciais compradores de parte ou da totalidade da empresa poderiam ser de fornecedores envolvidos com virtualização, tais como Oracle, Cisco Systems e HP, segundo analistas de mercado.

Além disso, se a Elliott for bem-sucedida, a separação ou venda poderá provocar um incremento anual nas vendas de hardware, software e serviços de tecnologia de cerca de US$ 2 trilhões, dado que a EMC é um player importante em servidores e sistemas de armazenamento. O investimento da Elliott na EMC destaca também como tamanho não é mais uma barreira para investidores ativistas, que têm voltado cada vez mais suas atenções para algumas das maiores empresas do mundo.

A EMC vem enfrentando uma série de adversidades, e não só em relação à pressão pelo spin-off da VMware. Ela também vem sofrendo forte concorrência de empresas menores alinhadas à tecnologia emergente de armazenamento de dados digitais, conhecida como armazenamento flash. Muitas empresas, em vez de adquirir sistemas da EMC têm optado por armazenar os dados fora de seus data centers recorrendo a serviços de "nuvem" de provedores como a Amazon.com.

No primeiro trimestre, as vendas da EMC cresceram menos de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto seu lucro líquido caiu cerca de 30%. A empresa deve dilvulgar os resultados do segundo trimestre na quarta-feira, 23.

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