Black Friday ou Black Fraude: pontos a considerar para o sucesso do evento

1

Oito mil ocorrências foi o que registrou o maior site de reclamações na edição do Black Friday ano passado, e a prévia feita pelo grupo B2W este ano, chamada Black Night, mostrou que os varejistas ainda precisam melhorar muito sua estrutura, marketing e logística, para atender a demanda dos consumidores ávidos pelos descontos de até 80%.

Ainda falta planejamento, infraestrutura tecnológica, transparência nos descontos e estratégias de marketing para conquistar e conhecer o novo comportamento do consumidor. Somente assim, a imagem arranhada do evento nas redes sociais, no ano passado, com o termo #blackfraude será superada, e não acredito que este ano será muito diferente de 2012.

Mas a questão não é apenas essa; a compra é apenas a porta de entrada. Ainda tem toda a logística de entrega e feedback para que se possa fazer uma análise real do sucesso das vendas, que não se resume apenas ao ticket médio da loja, incluindo a satisfação do cliente em médio e longo prazo.

Além disso, o varejo offline também reconheceu a oportunidade e ingressou no Black Friday visando o lucro, mas sem ter o preparo, planejamento correto e sem avaliar o impacto e organização deste processo. A verdade é que o nosso varejo off-line tem uma cultura bem distante dessa que é a promoção setorial. Geralmente um magazine faz promoção do setor têxtil em um dia, do eletrônico em outro e quando aconteceu tudo junto foi complicado, estavam e estão visivelmente despreparados.

Apesar do sucesso de vendas afirmado pelos lojistas brasileiros em 2012, com um ticket médio de R$ 401,00, a realidade é bem diferente do mercado americano, quando este valor chega a USD 750,00.

Os dados poderiam ter sido muito melhores no mercado nacional já que 28% de todas as reclamações indicaram site lento ou fora do ar e 19% não conseguiram concluir a compra, isto sem contar no número de potenciais consumidores que deixaram de comprar por considerarem propaganda enganosa, seja por falsos descontos ou por estoque esgotado.

Estes números devem servir de alerta e oportunidade para os grandes varejistas se prepararem para a 3ª edição do evento no país, e alcançar ainda mais lucratividade, já que o potencial do mercado ainda é maior, visto que o número de pessoas que têm feito compras online continua a crescer consideravelmente nos últimos anos. A perspectiva é que passe os 50 milhões de e-consumidores em 2013.

Ou seja, investimento em plataformas e servidores que suportem a demanda do evento, estoques compatíveis, mão de obra preparada e descontos efetivamente reais são pré-requisitos para o sucesso do empreendimento, desde a porta de entrada até a entrega do produto ao consumidor final, com respeito aos prazos.

Todos estes fatores devem inclusive ser levados em consideração pela Busca Descontos, empresa que organiza o Black Friday no Brasil, que já está dando os primeiros passos adotando inúmeras medidas: desenvolvendo uma plataforma que faça o monitoramento das ofertas, garantindo assim que as mesmas sejam reais. Somente assim os consumidores brasileiros passarão a acreditar e confiar efetivamente no evento aqui no Brasil, mas isso precisa contar também com a cooperação dos grandes varejistas, senão continuará a ter problemas.

Fátima Bana, mestre em comportamento digital do consumidor e doutoranda em marketing digital, ambas pela UCLA-USA, a executiva e consultora em estratégias e inteligência de marketing digital moderna.

1 COMENTÁRIO

  1. TEMOS A CERTEZA DE QUE ESTE ANO DE 2013 TEREMOS NOVAMENTE UMA BLACKFRAUDE VISTO QUE DESCONTOS REAIS INEXISTEM A POLITICA DE PREÇOS E EXTREMAMENTE OLIGOPOLIZADA QUANDO NÃO MONOPOLIZADA NÃO PERMITINDO QUE OS PREÇOS INCLUAM DESCONTOS REAIS EM DATAS ESPOECIFICAS!!!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.