Com o passar dos anos e a contínua atualização de sistemas de informação, as empresas acumularam uma quantidade significativa de dados sobre seus negócios, como detalhes sobre clientes, vendas, produção, recursos humanos e muitos outros. Em geral, o banco de dados formado por tudo isso é utilizado em processos do dia-a-dia, sendo envolvido nas mais diversas transações da companhia e otimizando processos. Ótimo, porém, poderia ser ainda melhor.
O processamento de transações online e em tempo real é, por si só, essencial. Entretanto, a gestão dos dados, volume e variedade pode ser feita de maneira mais estratégica para as empresas, ampliando, assim, a compreensão do próprio negócio e dos processos envolvidos em sua cadeia. Isso permitirá que estratégias e táticas sejam bem sucedidas e previsões baseadas em análises possam ser efetivas com grandes chances de sucesso.
Tendo isso em vista, a Tecnologia da Informação está cada vez mais empenhada em entregar informações para as áreas de negócio com alto valor agregado, ou seja, elementos que direcionem as ações das mais diversas frentes. Essa atividade é identificada pelo mercado como Business Intelligence (BI), ou Inteligência Empresarial. Trata-se de uma estrutura (framework) de conceitos, técnicas e ferramentas que buscam extrair conhecimento a partir de um repositório de dados e informações, tanto internos quanto externos. Por meio dela, análises preditivas podem ser feitas, traçando planos a partir de bases concretas e confiáveis.
O termo Business Intelligence (BI) está associado justamente a essa capacidade de entender o próprio negócio de forma que previsões possam ser realizadas com razoável chance de sucesso. Com ele, questões relevantes podem ser respondidas com praticidade, como: "Como estamos indo?", "Por quê?" e "O que deveríamos fazer?".
Em suma, o real valor de um BI é alcançado por meio da capacidade dada aos tomadores de decisão de navegarem de forma integrada entre essas três questões fundamentais. Sem uma análise rica, ter acesso a tais respostas seria algo praticamente impossível. Cabe aos profissionais de TI "traduzirem" os tantos códigos gerados por um elevado número de dados corporativos tornando-os entendíveis para as demais frentes da companhia.
Há grande otimismo no que diz respeito à evolução do BI. As empresas têm investido na área, o que a torna promissora também em termos de mercado de atuação. Com a disseminação do conceito, há a geração de demanda por profissionais capacitados não apenas na habilidade em lidar com ferramentas, tecnologia e soluções, mas também no processo de gestão da informação, como comentei anteriormente.
Os jovens profissionais devem ficar atentos às tantas oportunidades que têm surgido e surgirão no mercado de TI. A atividade de Business Intelligence requer certas particularidades no perfil profissional, como:
Facilidade de compreensão dos objetivos estratégicos, táticos e operacionais do negócio, visão inovadora e estratégica;
Capacidade de abstração para elaboração de modelagem de dados (transacionais e informacionais);
Capacidade de aplicar conhecimentos e estatísticas, na geração de indicadores de negócio;
Capacidade de aplicar análises preditivas e modelos matemáticas, na mineração de dados estruturados e não estruturados, elaborando cenários que indiquem oportunidade de ganhos para o negócio;
Habilidade no uso tecnologias e ferramentas Analíticas, Planejamento, BI, Estatísticas e Big Data por meio de computação em nuvem.
O mercado é promissor, não há dúvidas em relação a isso. A educação em TI está atenta a essa possibilidade e já há instituições que englobaram o desenvolvimento das habilidades e conhecimentos descritos acima. O momento é de agir. A análise preditiva é uma realidade e favorecerá todos os envolvidos: companhia, tecnologia e profissionais.
Edson França, coordenador do curso de Banco de Dados da BandTec, faculdade de tecnologia do Colégio Bandeirantes
