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Zuckerberg: foco não deve ser no 5G, mas em “acabar o trabalho” de levar conectividade

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Em uma Mobile World Congress na qual a palavra de ordem é 5G, o recado do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foi claro: o que importa mesmo é levar mais conectividade, e não necessariamente mais capacidade. O discurso dele no evento em Barcelona nesta segunda, 22, repassado em forma de entrevista, mas claramente ensaiado, é na verdade mais um argumento para o projeto de universalização de acesso, o Internet.org. “Acho que a prioridade tem que ser a gente acabar nosso trabalho e fazer com que cada pessoa no mundo tenha conexão”, disse, ressaltando que, nessa velocidade, até 2020 ainda faltarão 3 bilhões de desconectados no mundo (atualmente são 4 bilhões).

Zuckerberg acredita que seu projeto continua prosperando, mesmo com a recente derrota do Free Basic Services na Índia e uma crescente crítica pela possível quebra na neutralidade com o seu serviço de zero-rating para universalização. Ele diz ter aprendido que “cada país é diferente”, e que continuará com outras iniciativas na Índia, como a do projeto de venda de acesso à Internet via Wi-Fi por meio de pequenas empresas em locais rurais.

Outro projeto dentro do guarda-chuva do Internet.org é o da transmissão de capacidade de Internet por meio da aeronave abastecida com energia solar Aquila e o desenvolvimento da transmissão de dados a uma velocidade mais rápida por laser. Zuckerberg afirma que a empresa testará ainda neste ano o uso de drones e satélites para fornecer a conexão em áreas remotas. E a regulação dos países parece não o incomodar. “Ainda não sabemos, há vários governos que querem, por exemplo, na Amazônia, não é economicamente viável para operadoras levar conectividade para a floresta, então achamos que satélite ou o avião pode fazer muita gente se interessar nisso”, declara. No Brasil, a empresa tem um projeto de conectividade em favelas e mostrou grande interesse em levar o internet.org ao País, embora haja ainda resistências por parte do governo e dos movimentos de militância da Internet aberta.

O CEO do Facebook garante que o projeto não tem fins lucrativos, mesmo que indiretos por meio da exposição de novos usuários aos seus próprios produtos. “Somos um serviço de Internet, nossa meta é levar as pessoas a ter acesso, temos um modelo de negócios que funciona, mas não estamos focando realmente em fazer dinheiro”, assegura. “É realmente apenas para ajudar as pessoas a ter Internet, só vemos isso como uma meta de longo prazo.”

Mesmos serviços, mesmas regras

O fato é que, como over-the-top (OTT), o Facebook ainda não está em harmonia com as operadoras. Zuckerberg garante que enxerga a relação com as teles como “simbiótica”, já que a demanda de OTTs gera mais conectividade e vice-versa. Mas ele rechaça a ideia de “mesmo serviços, mesmas regras” adotada pelo setor de telecomunicações, inclusive no Brasil. “Quando falam de ter a mesma regulação, eu imagino que elas querem a liberdade para terem o modelo de negócio que querem, e eu apoio isso completamente”, diz o executivo da companhia que, além da rede social, também é dona do WhatsApp, maior alvo das teles no Brasil. “Mas quando começam a usar isso como argumento de que aplicativos devem ter a mesma regra de operadoras que constroem antenas e redes, (a diferença é que) não fazemos isso, nosso modelo e serviços é diferente, então não acho que tenha de haver essa conversa”, afirma.

O recém-anunciado Telecom Infra Project (TIP), parte da Internet.org, mas feito em parceria com operadoras e fornecedores de telecomunicações (como Deutsche Telekom, EE, Intel e Nokia), pode ser uma tentativa de reaproximação com a indústria. Na visão dele, o projeto pode levar ao barateamento de equipamentos de infraestrutura, permitindo maior implantação de rede e expansão da oferta de conectividade.

VR

Outro sinal de aproximação é que, se por um lado Mark Zuckerberg critica o interesse das operadoras pelo 5G, por outro se diz favorável ao seu desenvolvimento. Uma das maiores razões é poder proporcionar capacidade para a realidade virtual (VR), ainda mais considerando a transmissão em tempo real. “Eu espero que seja o killer app da 5G, você pode basicamente transmitir uma cena inteira em qualidade e tempo real, mas acho que precisa de grande capacidade de rede, pois não será apenas vídeo, tem que ser resolução 4K para cada olho e com cenas inteiras”, diz, falando em maior imersão possível para cenas capturadas com câmeras de vídeo em 360º.

Segundo ele, são 100 milhões de horas vistas em vídeo no Facebook por dia. Somente considerando o Gear VR, acessório da Samsung que se conecta aos smartphones da empresa para atuar como realidade virtual, já há mais de um milhão de horas em vídeo 360º no Facebook, e com um milhão de pessoas assistindo a esses vídeos na plataforma.

 

* O jornalista viajou a convite da FS.

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