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Por dentro do novo broadcast center da Sky

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(Atualizada em 23/3 às 11:20) Está agendada para maio, dentro do prazo previsto, a entrega da primeira fase da nova central de operações técnicas da Sky no interior de São Paulo, batizada de Jaguariúna Broadcast Center (JBC), na cidade de mesmo nome. As operações começam efetivamente no primeiro trimestre de 2017, com o lançamento do novo satélite, e deve haver um período de transição de até dois anos para que o local esteja funcionando plenamente.

O site atual da operadora, em Tamboré (SP), será mantido após a transição, como backup e também operando alguns canais. Os dois complexos atenderão às necessidades da Sky no Brasil e também em outras operações da América do Sul.

Além da transmissão de canais, a estrutura também pode ser usada para dar suporte a serviços atuais e futuros da Sky e sua controladora AT&T, como data center, banda larga e uma ampliação dos serviços de VOD da operadora.

Este noticiário visitou em meados de março as obras da nova infraestrutura da operadora, que já começavam a receber alguns equipamentos. Somada ao satélite em construção, a obra representa um investimento de mais de R$ 1 bilhão. O satélite Sky-B1 está em produção pela Airbus e deve ser lançado no final deste ano ou início de 2017 pela Arianespace.

O prédio

A nova sede está localizada em um terreno de 33 mil m², com 17  mil m² de área construída. O prédio de três andares pode abrigar até 700 funcionários. O planejamento da obra, que levou cerca de três anos desde a concepção até a conclusão, priorizou acima de tudo a confiabilidade das instalações, uma vez que a operação precisa de confiabilidade e disponibilidade total, 24 horas por dia, todos os dias do ano.

Implantação do prédio no terreno de 33 mil m² (ilustração)

Esta segurança passa por sistemas redundantes de ar-condicionado, combate a incêndio, fornecimento e geração de energia, sistemas de recepção e transmissão de sinais, controle de acesso, proteção contra interferências eletromagnéticas e outras.

A localização foi um dos fatores-chave. Foi determinada uma distância de cerca de 100 km da capital, por questões logísticas e de segurança. A equipe da Sky chegou a prospectar 35 terrenos, reduzidos a cinco e finalmente a este de Jaguariúna, que já abrigou fábricas da Johnson’s e da Compaq, e fica em um condomínio de empresas.

“O litoral nós descartamos logo pelos efeitos de maresia, vento e dificuldade de acesso. A região de São José dos Campos é boa e tem muitas empresas de tecnologia, mas também tem dificuldade de acesso. Tínhamos outras preocupações também, como o zoneamento e a presença de residências próximas, por causa do ruído”, conta Luis Otávio Marchezetti, diretor de engenharia da Sky.

Ao contrário do que se pode pensar, o regime de chuvas não foi preponderante na escolha. “Chuva não afeta muito. Vento, por exemplo, é pior, por causa das antenas. Descartamos uma das localidades porque ventava muito”, conta o engenheiro.

Carlos Nomura, da Engemon, e Luiz Otavio Marchezetti, da Sky
Carlos Nomura, da Engemon, e Luiz Otavio Marchezetti, da Sky

Um dos grandes desafios da obra foi o prazo. A construtora responsável, a Engemon, iniciou a construção em novembro de 2014. Diferentemente do que previa o projeto original, optou-se por não se fazer a obra em estrutura metálica, mais rápida, mas em pré-moldados, método mais barato, porém mais lento. “O planejamento ajudou”, conta o engenheiro Carlos Nomura, diretor de engenharia da Engemon. Ele ressalta que foi importante a contratação em regime de turnkey, ou seja, a construtora gerenciou toda a obra, inclusive a compra dos equipamentos como geradores, ar-condicionado etc, permitindo um controle maior sobre os prazos e entregas. “Também ajudou muito nós termos todas as áreas envolvidas aqui dentro da empresa”, diz.

Ele conta que o projeto teve desde o início uma grande preocupação com a sustentabilidade, não apenas ambiental, mas também econômica e social.

Toda a preocupação com segurança garantiu à obra o prêmio Data Center Dynamics de 2015, como Melhor Data Center “Enterprise”, normalmente cedido a empresas do setor bancário ou de telecomunicações. “Temos um data center tier 3, que é um dos padrões máximos de segurança no Brasil e no mundo”, conta Marchezetti.

A segurança é garantida ainda no acesso às salas internas do complexo, feito através de crachá de identificação combinado com biometria.

Tecnologia

Uma das principais inovações do JBC está nas antenas de transmissão, fornecidas pela Viasat. O modelo escolhido traz os transmissores dentro da própria antena, o que garante um grande ganho de energia. “Chega a gastar dez vezes menos que um sistema convencional”, diz Marchezetti. Ele conta ainda que neste sistema é usado um transmissor para cada seis transponders, o que aumenta também a eficiência energética.

Antenas em montagem: transmissor interno garante economia de energia

Instalar as antenas foi um desafio à parte. O JBC está à margem de uma rodovia, e as sondagens mostraram um solo argiloso, propenso a vibrações. Foram instalados sensores de vibração no solo, por vários dias, para monitorar o efeito em diferentes condições e horários.

Ao fim, cada antena foi instalada sobre um bloco de concreto de 1,4 m de altura, sustentado por 16 estacas de 15 m de profundidade, para garantir a estabilidade.

Também foram feitos diversos testes de interferência eletromagnética. “O excesso de veículos pode causar interferência, mas fizemos muitos testes para eliminar essa possibilidade. Aqui é rota para Águas de Lindoia, onde se fazem encontros de carros antigos, passam calhambeques, até isso pode interferir”, conta Marchezetti.

Na área de recepção, optou-se por um parque de antenas convencionais. “Poderíamos usar uma antena grande multibeam, mas o gasto seria bem maior e só teríamos economia de espaço, o que não é o caso aqui. E assim é mais seguro, não dependemos de um equipamento só”, conta o diretor. A conexão das antenas com o edifício é feita toda em fibra ótica, garantindo também mais confiabilidade e economia.

As fibras óticas que conectam o JBC aos provedores externos têm quatro pontos de entrada independentes no JBC, cada um levando a uma sala separada, por segurança. “Originalmente seria duas entradas, mas optamos por dobrar, para garantir ainda mais redundância”, conta o engenheiro.

As salas onde ficam os equipamentos de criptografia são as mais seguras, em relação ao acesso. São fechadas com grades (como uma jaula), e têm um sistema rigoroso de identificação.

Redundância

Todos os sistemas da edificação foram programados para ter redundância, tanto para o caso de panes quanto para manutenção. O sistema de ar-condicionado, por exemplo, além da redundância normal, conta ainda com serpentinas e anéis duplos. Ou seja, ainda que parte do sistema falhe, outra parte pode seguir funcionando. Além disso, o prédio conta com uma torre de água gelada, uma espécie de garrafa térmica gigante, com capacidade de suprir o sistema de refrigeração por até 15 minutos em caso de pane, o suficiente para que os geradores sejam ativados e as máquinas voltem a funcionar.

Nas salas técnicas, ar refrigerado passará por chaminés dentro dos racks, sem necessidade de se esfriar a sala toda

Foi escolhido para o ar-condicionado um sistema de troca de calor com ventiladores, e não água. “Foi uma opção ecológica”, conta Nomura. “Gasta um pouco mais de energia, mas economiza 8 milhões de litros de água por mês, e consideramos que isso seria hoje mais importante”, conta. Ainda assim, as salas com os equipamentos eletrônicos foram montadas de forma que o ar refrigerado passe por dutos no meio dos racks de equipamentos, permitindo uma refrigeração menos intensa e com menor dispersão, o que no fim garantiu também uma grande economia de energia. Além disso, houve a preocupação no próprio projeto de se garantir o conforto com menos necessidade de energia, com o uso de telhado reflexivo, e aberturas para iluminação natural.

Um dos destaques da obra, aliás, é o grande jardim de inverno no meio do prédio, que atravessa os três andares e permite a entrada de luz na edificação.

Jardim de inverno garante iluminação natural em todos os andares

Incêndio e energia

Outra preocupação do projeto foi com a possibilidade de incêndio. O ar do complexo é monitorado permanentemente e um sistema permite a detecção de substâncias inflamáveis até 48 horas antes de um incidente. Em caso de fogo, o sistema de combate com gás inerte é acionado (aqui também, a preocupação ecológica. Foi usado um gás não poluente e não gerador de efeito estufa). Em último caso, sprinklers de água são acionados.

Gás anti-incêndio: preocupação ambiental

A energia também é garantida 24 horas por dia. O prédio recebe uma ligação de 34,5 kV da concessionária. A alta tensão garante maior estabilidade na conexão. Como garantia, estão cinco geradores certificados EPA Tier 2 de 2,5 kW e mais um de 1 kW, de baixa emissão de poluentes. A energia é processada e distribuída a partir de duas salas de força independentes.

O complexo conta com captação de águas pluviais para jardinagem, iluminação externa alimentada por energia solar e um sistema sofisticado de proteção contra raios, além de vidros a prova de balas.

Ficha técnica

  • Projetos de arquitetura e engenharia: L&M Engenharia
  • Gerenciamento: MHA
  • Construtora: Engemon Engenharia e Telecomunicações
  • Obras civis: Afonso França Engenharia
  • Pré-fabricado: CPI
  • Painéis pré-fabricados: Stamp
  • Telhas termozipadas: DânicaZipco
  • Ar condicionado: Heating Cooling

27 COMENTÁRIOS

  1. Por favor corrigir os dados sobre a dimensão do predio. Um predio de 17.000 m² não é um predio de 17 km², que significaria 17.000.000 m². O mesmo vale para o terreno. Apenas lamento que um artigo que tenha base tecnica tenha sido escrito por quem comete um ULTRAJE deste. Isto é material de primeiro grau, volta para a escola por favor!

  2. Parebéns André pela humildade. Errar é humano e esse erro não comprometeu em nada as informações. Apenas houve uma amplitude na imaginação de quem ler.

    • Quero externar aqui meu pedido de desculpas pelo exagero nos termos que acabam tendo um tom desnecessário e que pode ser visto como de fato ofensivo. Vivemos uma era de intolerancia e mesmo eu que lamento isto por vezes acabo de forma incoerente me contaminando também.

  3. Embora não estejam descritas as potências dos cinco geradores elétricos, achei as potências dos três reportados relativamente baixas.
    Parabéns à todos os envolvidos nesse grandioso e promissor projeto.

  4. Parabéns André pela reportagem.
    É muito gratificante participar deste projeto com meus companheiros de Time da Engemon.
    Que venha nosso próximo projeto de Data Center.

  5. Conheço a obra de perto pois faço parte da família Engemon e tenho orgulho de estar envolvido nessa obra. Alta tecnologia, prazos desafiadores e relevância ímpar num mercado tão competitivo motivam qualquer profissional que gosta do que faz!
    Parabéns pela matéria.

  6. Não vejo previsão de melhorias visto que a péssima qualidade de som e imagem é algo proposital. Tenho A Directv Argentina e a qualidade é muito superior a da Sky Brasil.

    • Fidalgo, isso é um cenário atual, porque a Sky devido ao seu espaço limitado no satelite atual comprime seus canais nos transponders afetando qualidade de imagem e som. Isso vai começar a mudar no inicio de 2017 com o estacionamento no espaço do novo satelite Sky. A partir de 2017 pode ter certeza que a sky vai dar um salto no mercado brasileiro de Tv por assinatura entre outros serviços!

  7. Parabens André Mermelstein pela resposta madura e controlada. Ajudou o colega a compreender seu desequilibrio em se expressar e a criar paz. Fico encantada ao presenciar esse tipo de comportamento, de ambas partes.
    Excelente matéria.

  8. Ótima reportagem André…. por um acaso voces sabem como fazer para achar vagas de emprego deste novo projeto da Sky? estou procurando mas não encontrei nada.

  9. Gostaria do telefone da empresa que esta sendo instalada em jaguariuna, pois os mesmos estao pesquisando moradias na cidade e gostariamos de dar um suporte

  10. Esta ficando muito bonito o prédio da sky, estamos no aguardo do funcionamento para geração de empregos!!! Se alguèm tiver alguma informação de quando começam a contratar e onde estarão contratando divulguem essa informação se possivel!

  11. Parabéns pelo novo Jaguariúna Broadcast Center, tenho um grande interece em fazer parte desse time, se alguém souber onde mandar curriculo ou entrevistas da um toque….

  12. Com uma plataforma de noventa cidades no contexto administrativo da região de Campinas e com uma iniciativa internacional de receber 5% das empresas do Planeta, não podemos assistir este simplesmente sem participar deixando passar estas oportunidades em quanto o Mundo nos observa, planeja e ocupa espaço de nosso território Implantando Fabricas, Negócios e Serviços.
    Com um capital humano de qualidade e profissionalmente responsável de uma Balança Comercial e um polo de Carga da America Latina, precisamos de um Programa de Desenvolvimento de esta Região com responsabilidade de como fonte de trabalho.

  13. O novo satélite da Sky foi lançado com sucesso. Agora é aguardar as melhorias na operadora que será bom para os assinantes e assinantes da concorrência, pela maior disputa de qualidade.

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