Os dois segmentos foram os primeiros a serem atingidos pela medida em março do ano passado. Na ocasião, o governo federal havia assumido o compromisso de não promover novas reduções, enquanto não fizesse um corte horizontal similar nas tarifas de outros segmentos, que alcançassem os insumos. Esse corte veio no final de 2021. No entanto, na visão da Abinee, uma nova redução dos bens finais deve estar condicionada a outra rodada de cortes dos insumos.
A associação tem mantido reuniões periódicas com o ministro da Economia Paulo Guedes e a nova redução do Imposto de Importação não havia entrado em pauta. "Essa decisão, anunciada outra vez de forma intempestiva, quebra a confiança no diálogo e aumenta a insegurança jurídica, o que afeta qualquer intenção de investimento e de reindustrialização no País", afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee.
Ele também observa que as medidas para equacionar os itens do custo Brasil, que oneram a produção nacional, embora estejam acontecendo, não estão sendo implementadas no mesmo ritmo da redução das tarifas de importação.
A Abinee ainda diz que a decisão também vai na contramão dos movimentos de países como os Estados Unidos e diversos da Europa, que estão promovendo medidas para a atração de investimentos produtivos, principalmente os voltados a alta tecnologia, como forma de diminuir vulnerabilidades e a dependência chinesa, evidenciada desde o início da pandemia, e agora agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.