Estamos numa fase de grandes mudanças. As empresas, para tornarem-se competitivas, conquistar clientes, ter melhores preços, reduzir custos e ainda concorrer com os maiores players do mercado precisam sempre adotar novas soluções tecnológicas, a fim de se ajustarem às tendências do mercado.
Mas muitas não conseguem êxito nas implementações, uma vez que não dependem somente de uma solução robusta que atenda todos os processos e sistemas da corporação. Pesquisas recentes mostram que as pessoas respondem por mais de 60% dos problemas ou obstáculos enfrentados pelas organizações nos projetos de modernização com o uso de sistemas empresariais (ERP).
A chave do sucesso é envolver o material humano que vai operar a solução, de forma a minimizar os impactos organizacionais. Ou seja, novos processos, redução ou aumento de quadro de pessoal, nova infraestrutura para suportar a nova solução, fornecedores, clientes e a comunicação durante e depois da implementação, todos os níveis precisam estar alinhados com o propósito do projeto, desde o operacional ao presidente. Não existem fórmulas mágicas para reduzir os impactos, mas sim planejamento e acompanhamento de cada fase do projeto.
Planejar as atividades, de forma que garantam o envolvimento dos principais patrocinadores do projeto, traz um grande beneficio, em especial para mapear e mitigar todos os impactos ao longo do plano com senso de urgência. Reduz a famosa frase " eu não sabia que isso iria acontecer", e principalmente, treinar os usuários da solução, por que a empresa pode ter um carro de fórmula 1, mas sem pilotos treinados sequer para a largada, ou no jargão de projetos, no Go Live.
Fala-se muito em evolução cultural, mas a principal mudança é de comportamento. Numa implementação mais robusta, como sistemas de gestão empresarial (ERP), a principal forca motriz para o sucesso do projeto é fazer com que as pessoas envolvidas percebam o quão gratificante é mudar a postura e aceitar o novo. Mostrar para os dirigentes da empresa que eles são responsáveis por toda a estratégia da empresa e não somente pela área deles, que a solução vem para atender todo o negócio e que todos serão beneficiados.
Existem empresas de todos os tipos, entre elas familiar, varejistas, alimentos e bebidas, petróleo e gás. Os líderes envolvidos com a gestão de mudança nestes segmentos precisam adaptar a metodologia ao seu setor e desenvolver uma abordagem diferente em cada uma delas. O principal de uma gestão da mudança eficaz é analisar primeiramente a empresa, sua cultura, as pessoas, região, segmento e principalmente seus lideres. Se forem lideres de verdade, eles farão a diferença quando a mudança é inevitável.
Cesar N. Oliveira, gerente regional da área de Change Management do Grupo ASSA.
Texto muito bom. Retrata bem os desafios de Gestão de Mudança no panorama atual!