Notificações de violação de dados sobem 140% 

2

Os ataques de dados se tornaram mais amplos e profundos durante a pandemia, uma tendência que continua durante a recuperação do país. É o que aponta a pesquisa " Perspectiva de Violação de Dados de 2021 ", publicada pela Kroll, empresa líder global de análise de riscos, compliance e governança corporativa.

Formulado a partir de mais mil casos avaliados pela Kroll, o levantamento examinou as causas do aumento em situações de notificação de violação de dados no mundo todo. O foco da pesquisa foi a análise de seis setores: alimentos e bebidas, serviços públicos, construção, entretenimento, agricultura e entretenimento.

"Atribuímos o aumento dos casos de notificação de violação de dados a quatro tendências: a mudança para o trabalho remoto, que deixou funcionários e empregadores mais vulneráveis ao crime cibernético; a evolução do ransomware em esquemas de extorsão de dados; o impacto crescente dos ataques à cadeia de suprimentos; e a combinação de regulamentações de privacidade mais rígidos com maior consciência dos direitos de privacidade", revela Walmir Freitas, Associate Managing Director em Cyber Risk na Kroll.

Segundo o especialista, esses fatores afetam empresas em todos os setores, mesmo aqueles que nunca foram alvos de ataques cibernéticos. "No Brasil, a maioria das violações de dados decorreu de incidentes multi jurisdicionais, incluindo os causados por roubo de dados médicos e informações financeiras sensíveis principalmente como resultado de ataques de ransomware. Embora os ataques muitas vezes tenham como alvo redes fora do país, o roubo incluiu dados de cidadãos brasileiros e exige tratamento adequado", complementa Freitas.

Mais setores vulneráveis a violações de dados

A pesquisa observa um crescimento médio de 125% em casos de notificação de violação para setores que experimentaram cinco ou mais violações de 2019 para 2020 e aponta que, para 2021, a tendência é de aumento.

Alguns setores, como os de alimentos e bebidas, se destaca o aumento nas violações de dados em 2020 em comparação com 2019 é de 1.300%. "Esses são índices impressionantes, mas é importante mantê-los sob contexto. Os setores mais afetados sofreram muito mais violações de dados do que os seis setores que estamos examinando na pesquisa. Em 2020, por exemplo, o número médio de violações experimentadas em setores historicamente afetados foi de 104, enquanto o número médio para o grupo de seis setores historicamente menos direcionados foi de 12", explica Freitas.

Entre as principais tendências para mitigação de riscos estão a criação e aplicação de regulamentações de privacidade mais rígidas, a maior consciência sobre os direitos de privacidade e a evolução do ransomware em esquemas de extorsão de dados.
No Brasil, em função da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), é nítido o aumento da preocupação dos clientes com relação a vazamento de dados por conta das multas cabíveis. "Uma nova legislação sempre impulsiona investimentos. O resultado é que, além da conformidade, as empresas tendem a aumentar sua proteção e, consequente, maturidade em Segurança Cibernética", destaca Freitas.

A pesquisa ainda aponta que o fator humano continua sendo um alvo crítico para os atacantes. "Investimentos em treinamento e conscientização de colaboradores devem ser impulsionados, especialmente devido ao aumento de sua exposição alavancado pela adoção massiva ao trabalho remoto e adoção a redes e mídias sociais", finaliza o especialista.

2 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.