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Trabalho, liderança e tecnologia – qual a conexão?

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Definitivamente, as relações de trabalho estão mudando. As razões para isto são várias e têm diversas naturezas.

Olhando sob a perspectiva da tecnologia, muitos pregam que ela irá mudar o conceito de trabalho pela automação que irá promover. Quer dizer, pessoas terão que se realocar ou até mesmo se realinhar profissionalmente para poder ter espaço em um mercado em que a Indústria 4.0 ou Inteligência Artificial irão substitui-las por máquinas, algoritmos ou os dois combinados.

Outros já afirmam que o paradigma do espaço físico irá ser quebrado na medida em que a tecnologia irá permitir que as pessoas trabalhem de qualquer lugar, por entregas, sem restrição pelo local onde estejam. De certo modo, isso já está acontecendo. Ainda de forma mais empírica do que estruturada, menos gerenciada do que muitas vezes deveria ou ainda mais desordenada que o desejável para gerar os resultados esperados.

Sob o aspecto organizacional, especialistas afirmam que a mudança no trabalho é uma consequência da consciência das pessoas em torno de temas tais como qualidade de vida, propósito existencial e outros fatores ligados ao fato de que somos humanos e temos que atender às nossas necessidades enquanto indivíduos tanto quanto obrigação de entregar resultado. Os millennials parecem ter este comportamento como padrão e dão importância ao “ser feliz”, seja lá onde estejam ou emprestam suas competências.

Nesta esteira, vemos que startups surgem dentro de um modelo desenvolvido por empresas emblemáticas do mercado, como Apple, Amazon, Facebook, Google ou mesmo a própria Microsoft, onde o ambiente físico, permeado por espaços lúdicos, diversão e descontração, enseja felicidade e alegria de trabalhar. Nem só startups, empresas já estabelecidas e tradicionais, tentam se readequar para trazer um “espírito novo” para a organização, motivando as equipes. Com este movimento, vemos as lideranças começarem a se transformar. De um comportamento autoritário, muitas vezes, ausente das questões individuais e orientado estritamente ao negócio, para uma atitude de estímulo à participação e um alto grau de interesse e conexão com as equipes de trabalho.

Hoje, o que vemos está entre dois extremos. Primeiro, as empresas mais jovens, com configuração meio bizarra de um clube de campo onde a preocupação com pessoas é tão grande que não sobra tempo para o negócio. As pessoas são felizes, não trabalham muito e entregam pouco. Os líderes são carismáticos, mas, frequentemente, ausentes do dia a dia. O resultado final, contudo, deixa muito a desejar.

Na outra ponta, empresas mais antigas tentando modernizar sua forma de gerenciar, onde não há propriamente líderes, mas gestores convencionais travestidos de um novo nome: liderança. Não se envolvem e as pessoas decidem como fazer por consenso que pode demorar muito mais tempo do que a organização precisa. Reuniões frequentes, intermináveis, com pautas sem fim, e quando se propõe alguma coisa, o resultado é levado ao conselho ou à diretoria para que se decida se vai ou não. Entre os dois, uma gama imensa de tons de cinza. Todos eles improdutivos, sem graça, frustrantes e, principalmente, sem resultados.

O futuro do trabalho passa por empresas que tenham líderes inspiradores, capazes de mobilizar pessoas em torno de um propósito e fazê-las se sentir vivas e felizes – o que o Steve Jobs fez, mesmo sendo uma pessoa nem sempre agradável e quase sempre autoritário- , capacidade de gerar resultados para os acionistas e impactos positivos na sociedade, para as pessoas a sua volta e para quem executa o trabalho. Verdadeiros líderes atraem pessoas engajadas, auto motivadas e que tenham a consciência do papel e impacto de seu trabalho. Principalmente: sabem como retê-las, não pelo bolso ou por pressão, mas pelo propósito.

A tecnologia evolui para viabilizar estes objetivos, apoiando desde estratégias inovadoras, operação eficiente e experiência do cliente ímpar – a chamada transformação digital –  até ambientes de trabalho onde as pessoas possam executar os seus papéis, colaborar de qualquer lugar e, mesmo assim, ter uma convivência pessoal com os colegas, sentir-se integrado com a organização e ter condições para trabalhar em equipe de forma eficaz e entregar os resultados que dele se esperam.

Enio Klein, CEO da Doxa Advisers, Gerente Geral nas operações de vendas da SalesWays no Brasil e professor nas disciplinas de Vendas e Marketing da Business School São Paulo.

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