O Google saiu em defesa do acordo com o Yahoo e rebateu duramente as críticas de que a parceria criará um gigantesco monopólio na área de publicidade on-line. A intervenção foi feita por Tim Armstrong, presidente de publicidade e comércio na América do Norte do Google, por meio de dois posts publicados na semana passada, nos quais defendeu o negócio.
Em um deles, ele procurou desfazer a idéia de que a operação levaria a um aumento dos preços dos anúncios, salientando que os preços dos espaços publicitários são estabelecidos por leilão, em que os anunciantes somente dão seus lances a aqueles que interessam a eles. Num segundo post, Armstrong alegou que o negócio vai ser realmente bom para a concorrência porque o Yahoo permanecerá como uma empresa independente. Ele observou que se a Microsoft houvesse sido bem-sucedida na sua tentativa de comprar o Yahoo, a empresa teria perdido a sua independência.
"O Yahoo continuará a executar o seu próprio mecanismo de buscas e sistema de publicidade", acrescentou. "O Yahoo se beneficiará com anúncios do Google em áreas em que têm baixa audiência e manterá controle sobre o quanto e o que eles trazem para o Google. O Yahoo investirá a receita adicional um concorrente viável em publicidade", frisou Armstrong.
Apesar da defesa enfática do negócio, anunciado em junho passado, quando o Yahoo fechou um acordo com a empresa para a colocação de anúncios junto aos resultados de busca do site, os órgãos reguladores dos Estados Unidos abriram investigações antitruste para avaliar se a parceria restringe a competição no mercado. Os órgãos reguladores da competição na União Européia também estão analisando o acordo entre as gigantes de internet.
O barulho continuou na blogosfera nesta semana, segundo o jornal New York Times. Michael Arrington, um blogueiro do TechCrunch, um dos blogs de tecnologia mais lidos do mundo, observou que o negócio trará um número desproporcional de anunciantes para as gigantes da internet. "O Google tem muito mais anunciantes, porque eles estão em busca de page views em larga escala, que só o Google pode fornecer", observou Arrington. "Quanto mais os anunciantes fizerem seus lances, maior será o preço dos anúncios. Com a colocação de anúncios junto aos resultados de busca do Yahoo, haverá ainda mais audiência, e ainda mais incentivo para os anunciantes saltarem para a plataforma do Google."
Arrington notou ainda que sites como o MySpace, Facebook, Digg e outros que exibem anúncios do Google estarão à mercê da "misericórdia" do Google quanto à renovação de seus acordos.