Quatro startups brasileiras são selecionadas pelo BID para participar do Idear Soluciones

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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou nesta segunda-feira, 22, as 16 startups da América Latina selecionadas entre as mais de 200 de 22 países da região que responderam ao chamado feito em julho deste ano para participar do evento Idear Soluciones Para Mejorar Vidas. Quatro delas são brasileiras — Hand Talk, Plataforma Saúde, Livox e Énois Inteligência Jovem.

O fundador de cada empresa startup selecionada viajará a Washington, D.C. para participar do Idear Soluciones, apresentar sua startup diante de investidores potenciais na noite do empreendedorismo e trabalhar com especialistas em inovação, criatividade e mercadologia.

O processo de seleção das startups foi realizado com o apoio de jurados especializados em empreendedorismo, inovação, financiamento coletivo (crowdfunding) e outras áreas.

Os juízes avaliaram os produtos e serviços das startups, que operam em áreas como mudança social e jogos para a mudança social, cidades e mudança climática, saúde e bem-estar, educação e conhecimento aberto, governo e participação cidadã e acesso a serviços financeiros por meio da tecnologia.

Além disso, os cofundadores das startups trabalharão com a Fly Garage da Mondeléz International, +Castro, Contagious e You Noodle em atividades para potencializar sua criatividade empreendedora e continuar fortalecendo seu trabalho e impacto.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, inaugurará o evento e prestará reconhecimento às startups selecionadas.

O evento Idear Soluciones Para Mejorar Vidas é realizado pelo segundo ano consecutivo na sede do BID, em colaboração com o Blum Center da Universidade Berkeley. Este ano, o evento acontecerá dia 2 de dezembro.

Startups brasileiras

A Hand Talk nasceu em 2012, quando Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz se uniram para fazer uma ideia virar realidade. Eles desenvolveram uma plataforma de tradução automática para língua de sinais. Com o auxílio do Hugo, um simpático intérprete 3D, são realizadas traduções que estão aproximando pessoas e tornando diversos canais acessíveis.

Em 2013 foi lançado o aplicativo para smartphones e tablets, que converte, automaticamente, conteúdos para língua de sinais, seja ele digitado, falado ou até fotografado (www.handtalk.me/app). O app se tornou um sucesso em poucos meses e hoje já acumula mais de 20 milhões de traduções realizadas. Além do aplicativo, a Hand Talk também possui uma ferramenta para tornar qualquer site acessível em língua de sinais (www.handtalk.me/sites). Essas soluções já beneficiaram mais de 10 milhões de pessoas em apenas 12 meses, somente no Brasil.

Já a Plataforma Saúde é uma empresa social localizada no Rio de Janeiro que utiliza tecnologias móveis para proporcionar um atendimento de saúde de qualidade para comunidades com pouco ou nenhum acesso aos serviços básicos de saúde.

O principal serviço da plataforma, atualmente com 500 usuários, consiste em uma série de exames que identificam o grau de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) — a maior causa de mortalidade nessa população.

A Plataforma Saúde começou na Startup Weekend Rio Favela, patrocinado pela Google for Entrepreneus, o primeiro concurso desse tipo no mundo realizado em uma favela, onde obteve o primeiro prêmio. A Plataforma Saúde foi selecionada ainda por dois programas de aceleração de novas empresas: o da Endeavor e o da Universidade Estácio de Sá. No início de setembro de 2014, foi escolhida como uma das organizações que receberá um subsídio de R$ 200 mil do programa do governo brasileiro chamado Startup Brasil.

A metodologia da Plataforma Saúde baseia-se em cores e é fácil de interpretar. Foi projetada em colaboração com médicos, enfermeiras e especialistas em saúde pública. É uma abordagem inovadora para a assistência de saúde no mundo.

Um dos cofundadores da Plataforma Saúde é Tales Gomes.

Outra startup é a Livox, desenvolvedora de um aplicativo de mesmo nome que proporciona um modo de comunicação alternativo para essas pessoas com dificuldade de fala. Apenas no Brasil, 15 milhões de pessoas não podem falar. As pessoas com deficiência são o grupo com o maior risco de exclusão escolar.

Carlos Pereira é pai de uma menina de 7 anos chamada Clara. Devido a um erro médico durante o parto, Clara tem paralisia cerebral. Carlos tem uma grande paixão por empoderar pessoas com deficiência e ajudá-las a criar uma sociedade mais igualitária.

Desde o nascimento de sua filha, Carlos tem buscado formas de ajudá-la. É por isso que ele está transformando o mundo ao ajudar pessoas com deficiência a se integrar à sociedade por meio do Livox, que se ajusta de acordo com a deficiência do usuário.

O Livox lhes permite fazer muito mais do que apenas falar, usando um tablet. Cerca de 10 mil pessoas com deficiência já utilizam o Livox no Brasil. A empresa está agora preparada para se expandir para os mercados de língua espanhola e inglesa.

Por último, há a Énois Inteligência Jovem, criada por Amanda Rahra e sua sócia Nina Weingrill. Amanda tem Licenciatura em jornalismo e mestrado em gestão da comunicação. Elas colaboraram como voluntárias em uma ONG em São Paulo. Enquanto conduziam um workshop sobre comunicação para jovens em situação de risco descobriram que o jornalismo, além de devolver aos jovens o prazer de aprender, significava também uma oportunidade de ajudar os brasileiros a se conhecerem a si mesmos melhor.

Desafiando a mídia tradicional no país, decidiram deixar a forma convencional de ensino e criaram, em 2012, a Énois Inteligência Jovem. Depois de um ano trabalhando com esses jovens, desenvolveram a primeira plataforma online para ensinar jornalismo a jovens de baixa renda.

Rahra e Weingrill comprovaram o impacto de seu trabalho ao ver como jovens de Capão Redondo, um dos bairros mais violentos da cidade, se organizaram em um grupo profissional que publica um jornal local de interesse para a comunidade. Esses mesmos jovens melhoraram suas habilidades acadêmicas em escrita e outros assuntos na escola.

Énois Inteligência Jovem chega a 40 mil jovens por meio de uma publicação — elaborada por jovens para jovens — que é distribuída trimestralmente em seis estados em parceria com 23 ONGs.

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