Coordenação de ações é um dos maiores desafios às Cidades Inteligentes

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O conceito de Cidades Inteligentes foi um dos destaques do Painel TELEBRASIL, que acontece esta semana em Brasília. Uma questão chave trazida pelos representantes das operadoras de telecomunicações, fornecedores de tecnologia e do próprio governo foi a necessidade de que haja, por parte do poder público, um ponto de contato, um ente que seja capaz de integrar as demandas das diferentes áreas de uma administração municipal e conciliar estas demandas com as soluções tecnológicas existentes. Para Thales Marçal, do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que coordena grupos de trabalho relacionados a aplicações de IoT em cidades conectadas, existe um desafio enorme a ser vencido que é a interoperabilidade de diferentes aplicações. "Esse é o grande desafio quando falamos em Cidades Inteligentes, ao lado, é claro, da questão da segurança e privacidade dos dados e informações", diz Marçal.

Um estudo apresentado pela Nokia no Painel TELEBRASIL, com a análise de 22 casos de Cidades Inteligentes no mundo, mostra que os caminhos adotados por diferentes municipalidades acabam girando em torno de três modelos básicos: municípios que definiram uma aplicação âncora para impulsionar o mercado; municípios que disponibilizaram plataformas de desenvolvimento para aplicações de terceiros; e cidades beta, que são casos de várias aplicações concentradas em um único município. Segundo Diana Coll, Diretora de Marketing e Comunicação da Nokia, cada cidade segue um caminho. Berlim, por exemplo, tem uma agência separada para tratar das questões de cidades conectadas; Barcelona tem um grupo interdisciplinar entre varias áreas da administração municipal; Bristol (Reino Unido) resolveu adotar uma parceria com a universidade local e parceiros tecnológicos para ser um laboratório; Dubai criou um índice de felicidade dos cidadãos com os serviços públicos e permite que as pessoas façam sugestão de aplicações que possam melhorar esse índice. "São diferentes abordagens, mas o básico  é ter um objetivo claro traçado".

Presente ao debate, o presidente da TELEBRASIL e do grupo Algar, Luiz Alexandre Garcia, questionou o governo sobre a necessidade de um grupo integrado para desenvolver o conceito de cidades inteligentes. Thales Marçal lembrou que esse esforço já existe mas que precisa ganhar mais visibilidade entre os municípios. O exemplo da cidade de São Paulo, que deve ganhar a partir do próximo ano, na gestão Dória Jr., uma secretaria de TICs, é visto como um bom caminho.

Wilson Cardoso, CTO da Nokia, lembra que para o desenvolvimento de cidades inteligentes é essencial que as cidades tenham uma robusta infraestrutura de telecomunicações fixa, de preferência em fibra, que será a base do acesso wireless que conectará a maior parte dos dispositivos. "Sem uma boa infraestrutura de fibra não existe cidade inteligente nem 5G. Tem que pensar em como instalar essa estrutura e como compartilhar, para ter o acesso final wireless. O poste tem espaço limitado. A única solução é compartilhamento inteligente", diz Cardoso.

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