Pesquisa revela que mais de 40% dos profissionais tiveram piora na saúde física e mental durante a pandemia

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Manter o corpo e a mente sã em meio a uma pandemia não tem sido uma tarefa fácil. Isso é o que revela uma pesquisa realizada pela Yoctoo, consultoria boutique de recrutamento e seleção especializada em TI e digital, que mostra que mais de 40% dos profissionais tiveram piora na saúde física e 45% na mental.

O estudo, realizado durante o mês de maio, ouviu mais de 400 trabalhadores de diversas áreas, entre elas Tecnologia, Recursos Humanos, Marketing, Engenharia e Finanças, com o objetivo de entender como os profissionais têm avaliado sua própria saúde em meio à pandemia.

Mais de 57% dos participantes relataram trabalhar exclusivamente de casa desde março de 2020, contra cerca de 22% que afirmam terem ido à empresa apenas em algumas ocasiões desde então. A mudança na rotina foi sentida em vários aspectos. Tanto é que mais de 77% dos entrevistados disseram praticar pouco ou nenhum exercício físico durante o período de isolamento social. A alimentação também piorou para 49%.

A qualidade do sono já não é a mesma para 47% e, a ingestão de bebida alcóolica está maior para 18% dos entrevistados. Chama atenção ainda o fato de que as mulheres são as que relatam as maiores queixas quanto à saúde física, sendo 45% frente a 40% do público total. "Com o fechamento das escolas, muitas mães se viram com um excesso de tarefas, já que elas desempenham um papel muito importante na rotina da criança. O peso das responsabilidades familiares acabou recaindo ainda mais sobre elas", afirma Paulo Exel, diretor de operação da Yoctoo na América Latina.

Contudo, a maior preocupação ainda está na saúde mental, que piorou para 45% dos entrevistados. Nos cargos de coordenação e gerência, esse número salta para 53%. Entre os motivos estão, principalmente, o afastamento de amigos e familiares (64%), a sobrecarga de trabalho (53%), o desafio de conciliar atividades profissionais e pessoais (37%) e a maior pressão por resultados na empresa (25%). No caso específico dos cargos de liderança, a sobrecarga de trabalho é apontada por 61% dos entrevistados como o principal motivo para a queda da saúde mental.

O excesso de reuniões é notado como um grande vilão. Mais de 64% dizem participar de mais reuniões do que antes. Diretores e C-Level relatam um aumento ainda maior, de 73%. "Não é possível reproduzir o ambiente presencial no online por meio de vídeo conferências. Profissionais que migram de uma reunião para outra, fazendo várias no mesmo dia, não tem tempo para executar suas atividades, planejar, pesquisar, entender o mercado. É muita energia gasta em troca de poucos resultados", avalia.

Definitivamente, o mundo virtual é incapaz de substituir o real. Tanto é que mais de 44% dos profissionais dizem que o que mais sentem falta na rotina de trabalho na empresa são as celebrações, os happy hours e a interação com os colegas. "O ser humano precisa de relacionamento social. As empresas têm que ser mais criativas e buscar formas de tornar o ambiente leve, além de sempre celebrar as conquistas. Já vi casos de organizações mandarem cestas de presente, oferecerem procedimentos em um spa e até mesmo um grande executivo ligando pessoalmente para reconhecer o mérito de um colaborador. Todas as iniciativas no sentido de despressurizar são muito importantes", recomenda.

Da mesma forma, é essencial que as empresas invistam cada vez mais na saúde física e mental de seus times, seja por meio de plataformas com aulas de diversas modalidades esportivas que podem ser realizadas dentro de casa ou mesmo com terapia online. "As companhias precisam rever suas políticas de benefícios. Muitas ainda oferecem planos de saúde que limitam até o número de sessões de atendimento. É preciso fazer uma revisão profunda e não apenas pontual".

E, ao que tudo indica, esse deve ser um cuidado não apenas agora, mas também depois da pandemia. "Estamos vivendo uma quebra de paradigmas. O trabalho híbrido tem se mostrado como a grande tendência em países onde a rotina começa a ser retomada aos poucos. Toda essa situação fez com que as pessoas se conscientizassem ainda mais sobre a importância da sua vida e da sua saúde, tanto física quanto mental. As empresas vão precisar acompanhar esse movimento de evolução na busca pelo bem-estar de seus colaboradores", finaliza o diretor.

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