Ação conjunta com INTERPOL e o Fórum Econômico Mundial impulsiona a resiliência cibernética na América Latina

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Os cibercriminosos continuam aumentando as suas apostas, e as organizações em todos os lugares sentem os impactos. O relatório do cenário global de ameaças de 2025, produzido pela Fortinet, revelou um aumento acentuado na escala e na sofisticação das operações de cibercriminosos em todo o mundo.

A automação está remodelando o comportamento das ameaças em todos os estágios da cadeia de ataque — na fase de reconhecimento, os adversários realizaram mais de 36 mil varreduras automatizadas por segundo em 2024, um aumento de 16,7%. Além de procurar portas expostas, essas varreduras investigam profundamente APIs de nuvem, tecnologia operacional, sistemas VoIP baseados em SIP e muito mais. A automação também está impulsionando a escala, um exemplo disso é que a nossa equipe do FortiGuard Labs tem observado 97 bilhões de tentativas de exploração apenas no segundo semestre de 2024. A dark web também continua alimentando ataques, fornecendo aos cibercriminosos tudo o que eles precisam — de credenciais roubadas a kits de ataque prontos para uso — para se infiltrar com sucesso em uma rede.

Essas tendências globais se alinham com o que observamos na América Latina, onde o uso de técnicas automatizadas, malware evasivo e ransomware continua a aumentar. Os agentes de ameaças estão se aproveitando da falta de coordenação transnacional e da baixa visibilidade dos ativos digitais expostos, usando isso como benefício.

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Recentemente, tive a honra de representar a Fortinet e o laboratório FortiGuard Labs no 10º Grupo de Trabalho das Américas sobre Crimes Cibernéticos para Chefes de Unidade, um evento conjunto realizado na Cidade do Panamá e sediado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL) e pelo Fórum Econômico Mundial. Este encontro reuniu líderes de autoridades policiais, autoridades do setor público, especialistas técnicos e atores-chave do setor privado das Américas e o Caribe, unindo todos com uma missão comum: fortalecer a nossa capacidade coletiva de prevenir, detectar e investigar ameaças cibernéticas que afetam a região.

Este grupo de trabalho se baseia em três pilares fundamentais: compartilhamento de inteligência e informações; treinamento especializado e contínuo; e operações multinacionais coordenadas.

As sessões do grupo de trabalho no Panamá reafirmaram que a América Latina enfrenta um conjunto distinto de desafios do cibercrime, frequentemente amplificados por limitações institucionais, menor alfabetização digital e complexidade jurisdicional.

Como o cibercrime não possui fronteiras, os invasores exploram regularmente a fragmentação institucional e as lacunas de capacidade para mover evidências digitais, criptoativos ou acesso comprometido de um país para outro em segundos. É por isso que a cooperação internacional, a interoperabilidade de dados e a ação conjunta transfronteiriça são essenciais para desarmar eficazmente o cibercrime. Os participantes também reiteraram que a tecnologia por si só não impactará substancialmente a nossa resiliência cibernética coletiva. Por isso, ter capacidades jurídicas e operacionais robustas e profissionais qualificados em segurança cibernética são atributos vitais para o sucesso a longo prazo.

Durante o evento, os participantes examinaram o cenário em evolução das ameaças do cibercrime, incluindo o uso indevido de IA e plataformas de cibercrime como serviço. Esses insights contribuíram para o desenvolvimento de um roteiro prático para ações operacionais conjuntas e capacitação. Além disso, líderes do Centro de Segurança Cibernética do Fórum Econômico Mundial lideraram um debate focado no avanço de parcerias público-privadas, discutindo a necessidade de alinhar os pontos fortes entre os setores. Por exemplo, isso poderia consistir na combinação da autoridade das agências de segurança pública com a inteligência, agilidade e capacidades técnicas do setor privado.

Embora nossos adversários possam desenvolver seus esforços futuros de diversas maneiras, uma coisa é certa: nenhuma entidade pode combater o crime cibernético sozinha de forma eficaz. A colaboração é essencial para antecipar ameaças, conter seu impacto e construir proativamente um ecossistema digital mais seguro. Esforços como o recente grupo de trabalho nos permitem construir nossa resiliência coletiva e um futuro digital mais seguro para todos.

Arturo Torres, estrategista de Segurança do FortiGuard Labs da Fortinet para a América Latina e o Caribe.

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