IA muda o jogo dos mecanismos de busca

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Se, por um lado, a inteligência artificial (IA) tornou a pesquisa por assuntos mais rápida e assertiva, por outro está mudando o jogo para os negócios que dependem de tráfego orgânico qualificado. Hoje em dia, para uma marca ser encontrada na internet, não basta só um bom ranqueamento por SEO [técnicas que melhoram a visibilidade e posicionamento de um site em mecanismos de busca]. Modelos generativos de IA precisam citar e interpretar corretamente o que uma marca faz e isso precisa ser considerado nas estratégias de marketing digital.

Para começar, como os mecanismos de busca foram alterados? Basicamente, o Google – principal ferramenta de pesquisas do mundo – incorporou algoritmos de IA em sua Página de Resultados do Mecanismo de Busca (SERP, na sigla em inglês) e fez com que o motor passasse a entregar respostas diretas e completas antes mesmo de aparecer os resultados orgânicos.

A nova funcionalidade redefiniu a entrega das pesquisas e embaralhou as estratégias de visibilidade. Antes, estar entre os três primeiros resultados era o ponto alto de uma estratégia de SEO. Hoje, isso não é mais garantia de sucesso. Muitos usuários agora encontram o que procuram no IA Overview do Google – que aparece no topo da página de resultados . O Overview usa modelos generativos, como o Gemini, para entregar resumos completos do tema buscado e por isso o usuário pode encontrar o que procura sem sequer clicar em um link.

Tendo a resposta visível no topo da página de resultados, o pesquisador muda de comportamento. O clique no site da pesquisa relacionada, que antes era uma ação corriqueira, se tornou opcional. E isso, naturalmente, afeta os resultados de tráfego. É o que comprova uma análise da ferramenta de monitoramento Advanced Web Ranking. De acordo com a plataforma, houve uma queda de 7,31 pontos percentuais no CTR (taxa de cliques, na tradução para o português) das quatro primeiras posições orgânicas de buscas informacionais feitas via desktop. A comparação foi feita entre o 4º e o 3º trimestres de 2024.

Visto que a influência da IA nos mecanismos de busca já é uma realidade, a solução passa por tornar o conteúdo de marca compreensível e atual dentro desses motores. Para explicar de forma prática, podemos trazer como exemplo, o caso de uma plataforma de e-commerce Loja Integrada, que viu a sua taxa de visualizações cair sensivelmente entre 2024 e começo de 2025. Mesmo com muitas palavras-chave entre as três principais do ranking orgânico, a taxa de cliques estava muito abaixo do esperado. Uma das principais keywords do negócio, por exemplo, apresentava um CTR inferior a 0,5%. Embora o conteúdo permanecesse ranqueado, perdia cliques para as respostas automatizadas da IA. Esse fenômeno é chamado de shadow ranking – quando um conteúdo é encontrado pelo algoritmo, mas ignorado pelos usuários.

Estudando a nova lógica de entrega de conteúdo do Google, aplicamos estratégias de GEO (otimização para motores generativos, na sigla em inglês) para tornar os resultados mais assertivos para a marca. Esse mecanismo torna o conteúdo compreensível, confiável e estruturado para ser citado pelas IAs com uma visibilidade até 40% superior nos resumos gerados.

A otimização possibilitou a inserção de fontes confiáveis, construção de autoridade textual e uso de dados atualizados e contextualizados nos artigos otimizados . Como resultado, mais de 75% dos artigos otimizados da Loja Integrada passaram a ser citados nas IA Overviews do Google e houve aumento expressivo no tráfego orgânico (375%) e taxa de cliques (250%), além da melhora média de 8,5 posições das palavras-chave nos rankings orgânicos.

O resultado foi alcançado com a integração de técnicas inovadoras e tradicionais, como o GEO e o SEO. Elas se complementaram para transformar a perda de visibilidade em uma vantagem competitiva e duradoura.

Hoje, quem quiser ser encontrado na internet, precisará entender as novas lógicas de busca e reformular suas estratégias para aumentar a visibilidade, autoridade de marca e assertividade. Mais do que nunca, o jogo agora é adaptar-se rapidamente.

Marcos Cabrera, CEO da Metricaz.

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