Projetos estratégicos: mito ou realidade?

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Em qualquer reunião de revisão de oportunidades onde reúnem-se os diretores, vice presidentes e até o presidente para avaliar quais negócios devem receber mais atenção é costumeiro escutar que determinados projetos são estratégicos para a empresa.

Aos desavisados é comum associar os projetos estratégicos com aqueles que irão gerar mais receitas e lucratividade, porém para espanto de muitos eles não geram, na maioria das vezes os projetos estratégicos são os responsáveis por enormes prejuízos.

Pois afinal se geram prejuízos porque então são tratados como estratégicos e recebem tanta atenção da alta direção?

É importante deixar claro que ninguém gosta de ter prejuízo e que os ocupantes dos cargos mais altos da corporação não chegaram lá por serem bons em gerar prejuízos, muito pelo contrário, amam seus bônus.

Uma análise mais atenta observaremos sem muita dificuldade porque determinado projeto é estratégico, em primeiro lugar ele abre portas em um cliente que possui diversas oportunidades, assim mesmo com uma margem de lucratividade baixa ou até negativa é importante estar no radar do cliente e ser lembrado para novas e grandes oportunidades.

Outro motivo muito comum ocorre em projetos de desenvolvimento de sistemas, as empresas colocam um valor muito baixo com os olhos na venda da sustentação, é comum empresas prometerem prazos impossíveis de entrega com um preço que não pagam os custos visando conseguir vender os serviços de sustentação por um período de no mínimo dois anos, nesse caso consegue-se recuperar o investimento no projeto deficitário e ainda qualifica-se para conseguir novas oportunidades.

Ter um cliente de nome gerando um faturamento gigantesco pode ser muito interessante para uma empresa que deseja ser vendida, mostra ao comprador uma carteira de clientes importantes com contratos de longo prazo e para demonstrar que o aparente prejuízo será recuperado, apresenta-se um plano a médio prazo de recuperação das margens.

Portanto para os menos avisados e que habitam ainda a base da pirâmide é difícil entender porque a empresa decidi investir em algo que parece uma enorme barca furada, mas com o tempo e depois de ascender alguns degraus no organograma, percebe-se com facilidade os motivos pelos quais a diretoria optou por um projeto que aparentemente não faz sentido.

É importante ter consciência que nada é por acaso e tudo deixa sequelas e culpados, normalmente projetos estratégicos deficitários são grandes gerados de "óbitos" de gerente de projetos, afinal alguém tem que ser o culpado pelo resultado negativo.

Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.

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