Mais mudanças à vista na Nokia. Após o anúncio da aliança com a Microsoft, a adoção do Windows Phone e a reestruturação interna, a líder mundial de celulares anunciou algumas modificações também na estrutura da América Latina. O vice-presidente de mercados da Nokia, Niklas Savander, esteve nesta quinta-feira, 24, no Brasil para anunciar à imprensa local que a cidade de São Paulo passa a ser, a partir de agora, a nova sede dos negócios da companhia na América Latina. A base anterior, em Miami, será responsável somente pelo gerenciamento dos negócios das filiais da Venezuela, Caribe e América Central.
Segundo Olivier Puech, presidente da Nokia para a América Latina, o Brasil é um país em crescimento e visto com bons olhos por investidores no mundo todo. "Gostaríamos de estar mais próximos dos clientes. Sendo o maior mercado da região, coordenar nossos negócios da América Latina a partir do Brasil foi uma tendência natural", justifica. A América Latina corresponde por 9% da receita global da Nokia e o Brasil foi um dos dez mercados que mais geraram vendas no mundo.
Segundo o presidente da Nokia Brasil, Almir Luiz Narcizo, o país passa a ter um papel fundamental nas decisões dos negócios da Nokia em toda a América Latina. "A decisão é estratégica e leva em conta o bom momento político e econômico vivido pelo Brasil, além da proximidade com grandes clientes. Sendo o maior mercado da região, coordenar nossos negócios da América Latina a partir do Brasil foi uma tendência natural", afirma.
Sem revelar se haverá cortes ou se o plano de reestruturação resultará também em demissões no Brasil ou América Latina, o executivo aponta que escritório de Miami era formado por cerca de 70 funcionários e parte dos executivos responsáveis pela América Latina serão transferidos para São Paulo e outros serão realocados para outras unidades da Nokia ou permanecerão em Miami, caso estejam envolvidos com os negócios da Venezuela, Caribe e América Central.
Parceria
Savander admite que a migração para o sistema operacional da Windows deve gerar um atraso na área de desenvolvimento de software da Nokia, mas que isso pode ser compensado, em certa medida, pelo crescimento do número de funcionários no Brasil com a nova sede em São Paulo. O executivo também diz que a empresa estuda sobre a possibilidade de entrar na disputa pelo segmento de tablet PCs no futuro.
Os executivos preferiram não falar sobre o recente comentário do CEO da Nokia, Stephen Elop, de que há ineficiências dentro da companhia. Optaram pelo discurso de que a reestruturação se deve ao bom momento econômico vivido pelo Brasil.
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