Depois de receber uma advertência verbal da Tokyo Stock Exchange, órgão regulador do mercado de capitais japonês semelhante à CVM do Brasil, por causa das poucas informações sobre a demissão de seu presidente, Kuniaki Nozoe, a Fujitsu agora terá de repor cerca de dois terços de seu conselho de administração. Segundo informações do americano The Wall Street Journal, seis dos diretores da empresa deixarão o conselho na próxima reunião de acionistas, marcada para junho.
A Fujitsu declarou que colocará sete executivos no conselho, assim que os executivos descontentes anunciarem a demissão. Os novos membros, porém, ainda não foram aprovados pelos acionistas majoritários da empresa. Em nota traduzida do japonês pelo jornal americano, a empresa afirma que a saída dos altos executivos não tem nenhuma relação com a demissão de Nozoe. A companhia acredita que os acionistas não gostaram da nova posição assumida pela Fujitsu de "rejuvenescer o conselho de administração", iniciada com a nomeação do chefe de negócios de servidores, Masami Yamamoto, de 56 anos, para assumir a presidência a partir de 1º de abril.
À época da demissão de Nozoe, a empresa foi bastante criticada por não ter dado nenhuma explicação sobre sua saída, apenas disse que o executivo havia se desligado "por motivo de doença". Alguns meses depois, a Fujitsu declarou que o antigo CEO foi desligado por manter "laços estreitos com uma empresa conhecida no mundo dos negócios por 'atividades antissociais'". O eufemismo, segundo explicação o jornal americano, é comumente usado no Japão para designar relações com o crime organizado no país.
Logo após a segunda explicação publicada pela Fujitsu, a Tokyo Stock Exchange considerou que as informações da empresa não foram suficientes para esclarecer a situação aos acionistas e estava, a partir dali, advertida verbalmente. A penalidade é a mais branda imposta pelo órgão regulador japonês, mas a Fujitsu foi alertada a levar a advertência "a sério".
- Debandada