NFT além do metaverso: como a tecnologia afeta o mercado de pagamentos

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Há poucos temas em tamanha evidência como os NFTs. De acordo com o relatório elaborado pela plataforma de dados e análise NFT Nonfungible.com, em parceria com a organização de pesquisa L'Atelier, as negociações de NFTs aumentaram 21.000% no último ano. O dado demonstra exatamente a força da inovação, que ganhou tamanha notoriedade recentemente.

Criados em 2012, os tokens não fungíveis, tradução de non fungible tokens (NFT) para o português, podem ser definidos como ativos negociáveis que mapeiam, por meio de tecnologia blockchain, quem possui um determinado item digital. Com a principal função de validar a propriedade, seja uma imagem, uma gravação, uma obra de arte ou até um avatar – as opções são diversas -, o intuito é realmente dar um caráter insubstituível e único a qualquer que seja o conteúdo, trazendo a possibilidade de se tornarem itens colecionáveis ou até um modelo de investimento.

Representantes de uma nova realidade do cenário tecnológico, os NFTs abrem espaço para diferentes negócios. Estamos falando sobre oportunidades dentro de esferas como arte, música, esportes, jogos e até moda, por exemplo. Segundo os dados da empresa DappRadar, empresa especialista em acompanhamento de mercado, as vendas dos tokens não fungíveis atingiram cerca de 25 bilhões de dólares em 2021. A companhia ainda aponta que os NFTs mais populares foram os colecionáveis, seguidos pelos de arte; os mais valiosos foram os terrenos comprados em ambientes do metaverso.

Com repercussão em diferentes escalas mercadológicas, também passa a ser inegável o impacto dos tokens no setor de pagamentos no médio e longo prazo. Devido ao seu pilar estabelecido em blockchains, responsável pela transação de maneira distribuída, sem a necessidade de um intermediário, toda a indústria de payments pode ser questionada.

É fato que a atuação das grandes empresas do setor está diretamente ligada aos serviços de transação financeira, no qual desempenham papel de intermediadores. Com o fortalecimento do NFT, a possibilidade de um ecossistema transacional, que opere de maneira autônoma, faz com que empresas, antes essenciais aos serviços transacionais, deixem de ser imprescindíveis.

O mercado de pagamentos brasileiro é extremamente marcado pela predominância de  grandes players. Com o  fortalecimento dos NFTs, e consequentemente, de blockchains, existe a  possibilidade de empresas menores e startups ganharem notoriedade, já que terão a oportunidade de conectar essas tecnologias em seus negócios de maneira mais eficiente. A ideia de oferecer novos modelos de pagamentos, mais disruptivos e até mais rentáveis, afeta diretamente os serviços das grandes companhias do setor. A nova tecnologia com certeza irá movimentar a configuração do mercado atual.

As incertezas, a especulação e a volatilidade também fazem parte das diversas possibilidades que os NFTs carregam consigo. Seja pela falta de regularização estabelecida, que ainda não está nem perto de ser desenvolvida, ou até pelas inúmeras inovações que pode proporcionar, é fato que os tokens não fungíveis são um caminho sem volta, com muito espaço para crescimento e expansão de sua aplicabilidade.

Ricardo Celeguin, business executive na NAVA Technology for Business.

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