Em entrevista em um evento do jornal britânico Financial Times, na noite de terça-feira, 23, o cofundador da Microsoft, Bill Gates, falou extensamente sobre a economia, robôs, Uber e Vale do Silício.
Com relação aos robôs, a economia e logística, Gates disse achar que estamos no período mais rápido de inovação, mas ressaltou que ainda não está claro como isso vai afetar a economia. Segundo ele, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
A avaliação de Gates é que os robôs “serão benignos por algum tempo”. “O futuro do trabalho não estará em perigo imediato, embora o panorama não seja nada bom para aqueles que têm nível médio de escolaridade ou menos.”
Gates também falou sobre o Uber. Na opinião dele, a verdadeira ruptura para a indústria de transporte e logística não vai acontecer até que tenhamos carros totalmente sem motoristas, autônomos. “Esse é o Rubicon”, diz ele, em alusão ao pequeno rio que separava a Gália da Itália, famoso por Júlio César o ter atravessado para marchar sobre Roma e derrubar Pompeu no ano 49 aC. A frase “cruzar o Rubicon” significa tomar um passo decisivo enfrentando um risco.
Gates diz que o Uber “é apenas uma reorganização do trabalho, em uma forma mais dinâmica”. No entanto — e este é grande diferencial apontado por ele —, o Uber tem maior orçamento em pesquisa e desenvolvimento do que a do veículo autônomo. “E essa é a sua grande vantagem”, observou ele.