inteligência artificial (IA) está acelerando transformações na cibersegurança corporativa, mas a adoção plena de agentes de IA ainda enfrenta obstáculos importantes no Brasil. Segundo o relatório State of IT da Salesforce, 46% das equipes de segurança brasileiras já utilizam agentes de IA para automatizar tarefas, detectar ameaças e auditar desempenho, e esse número deve saltar para 75% nos próximos dois anos. Contudo, a implementação esbarra em dúvidas sobre a maturidade dos dados e a conformidade regulatória local.
O estudo, que entrevistou 2.000 líderes globais de segurança de TI — incluindo 100 brasileiros — revela que, apesar do otimismo unânime quanto ao potencial da IA para aprimorar práticas de segurança, 46% dos líderes nacionais acreditam que suas bases de dados ainda não estão preparadas para explorar todo o potencial da tecnologia. Além disso, 47% demonstram insegurança sobre as salvaguardas para usar agentes de IA com segurança dentro dos requisitos legais.
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"Agentes de IA podem revolucionar a segurança digital, liberando equipes para focar em desafios mais estratégicos, enquanto automatizam tarefas manuais e elevam a eficiência operacional. Porém, é fundamental que essa adoção esteja alicerçada em governança robusta e infraestrutura adequada para garantir segurança e conformidade", ressalta Gabriel Dornella, Diretor Sênior de Engenharia de Soluções na Salesforce.
O levantamento também aponta outras tendências:
Cresce a preocupação com data poisoning
Além de riscos tradicionais, como ameaças na nuvem e phishing, 74% das organizações brasileiras planejam ampliar seus orçamentos de segurança para enfrentar ataques que comprometem dados usados no treinamento de IA.
Complexidade regulatória dificulta conformidade
Embora 81% dos líderes reconheçam que agentes de IA ajudam no cumprimento de leis de privacidade, 73% admitem que a tecnologia traz novos desafios regulatórios. No Brasil, apenas 49% confiam plenamente em sua capacidade de implementar IA em conformidade com normas locais, e 83% ainda não automatizaram totalmente seus processos de compliance.
Confiança do consumidor em IA está em queda
Apenas 42% dos consumidores confiam que as empresas utilizam IA de forma ética, contra 58% em 2023. Entre os líderes de TI, 54% não confiam na precisão ou explicabilidade dos resultados de IA, 62% não são transparentes sobre o uso dos dados, e 54% ainda não atualizaram suas diretrizes éticas para a tecnologia.
Governança de dados é peça-chave para IA generativa
Cerca de metade dos líderes brasileiros desconhece se possui dados de qualidade ou políticas adequadas para viabilizar a implementação segura da IA. No entanto, os investimentos em infraestrutura e gestão de dados crescem: orçamentos nessas áreas são quatro vezes maiores que os destinados diretamente à IA, apontando para a construção de bases sólidas para o futuro.
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