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IBM e AMD prometem acirrar disputa com a Intel no mercado de chips para servidores

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Às voltas com a retração da demanda por chips, em consequência da queda brusca nas vendas de computadores pessoais, a Intel agora enfrenta uma nova ameaça: a concorrência de pesos pesados como IBM, AMD e ARM, entre outros, no mercado de microprocessadores para servidores.

A IBM, por exemplo, anunciou na terça-feira, 23, durante uma conferência no Vale do Silício, na Califórnia, os detalhes do Power9, a próxima geração de microprocessadores de alto desempenho, que utiliza em seus próprios servidores e será fornecida para outros fabricantes de hardware. Além disso, no mesmo evento, a Advanced Micro Devices (AMD) demonstrou o funcionamento da tecnologia de chip chamada Zen, que ela planeja usar em servidores e outros hardwares. A AMD, que usa a mesma arquitetura de processadores x86 da Intel, afirma que o chip, usando núcleos do Zen, superou a maior rival em testes de velocidade.

“Tivemos que deixar nosso desempenho cair em relação à concorrência”, disse Mark Papermaster, vice-presidente sênior e diretor de tecnologia da AMD. “Esta é realmente uma declaração bastante clara para a indústria de que a AMD está de volta ao mercado de processadores de alto desempenho”, disse ele, segundo o The Wall Street Journal.

Já a projetista britânica de chips ARM, que licencia a tecnologia de microprocessadores utilizada na maioria dos telefones celulares, disse durante a conferência Hot Chips que pretende adicionar recursos em chips para supercomputadores e servidores para aplicações científicas. A empresa estima que 13 fabricantes já estejam usando sua tecnologia de chips para servidores e outros hardwares de data center, que competem com os produtos da Intel.

Dos 9,81 milhões de servidores vendidos no ano passado, o chip x86 foi utilizado em 9,6 milhões deles, o que representa uma participação de 98%, estima a IBM. Intel sozinha respondeu por 99,7% das remessas de chips x86 para servidores no segundo trimestre deste ano, enquanto a AMD representou apenas 0,3%, de acordo com o instituto de pesquisas Mercury Research.

Os chips para servidores foram responsáveis pelos preços muito mais elevados e margens de lucro do que outros produtos da Intel. A divisão de chips para data centers da empresa respondeu por US$ 7,8 bilhões de lucro operacional e receita de quase US$ 16 bilhões em 2015 — uma margem de 49% na comparação com pouco menos de 30% da unidade que produz chips para PCs.

“Há uma enorme quantidade de margem que vai para a Intel”, disse Matthew Eastwood, analista da IDC. “Os clientes querem fornecedores alternativos.” Isto, segundo o analista, é particularmente verdadeiro para grandes provedores de conteúdo na web, como o Google e o Facebook, principais clientes da Intel, os quais, todavia, têm incentivado a busca por outros fornecedores. O Google, por exemplo, foi um dos membros originais do OpenPower.org, grupo que a IBM ajudou a estabelecer em 2013 para promover o uso de sua tecnologia de chip por outras empresas.

A Big Blue espera para acelerar esse impulso com Power9, que é fornecido em dois modelos básicos. Um deles é o chip com 24 núcleos de processamento, voltado para empresas de web. Outro modelo é o chip com 12 núcleos, destinado a sistemas maiores projetados para executar aplicativos, como bancos de dados corporativos.

A IBM, assim como outros fabricantes, está em parte motivada pela crescente popularidade do recurso de aprendizado de máquina (deep learning), uma tendência que tem contribuído para as vendas de servidores e chips para servidores. A técnica, que é empregada em um campo mais amplo chamado de inteligência artificial, permite que os computadores possam lidar com tarefas como reconhecimento da face e da fala, analisando vastas quantidades de dados em vez de explicitamente programá-los a fazê-lo.

Os chips Power9, da IBM, que devem começar a desembarcar no mercado na segunda metade de 2017, têm links de comunicação que são especialmente projetados para trocar dados com unidades de processamento gráfico vendidos pela Nvidia. Os processadores da empresa são usados principalmente com chips Intel para aplicações de aprendizagem profunda. “O espaço é sobre essas cargas de trabalho”, disse Brad McCredie, diretor de tecnologia da linha elétrica da IBM.

O ponto não foi perdido para Intel, que se transformou para adicionar a tecnologia e satisfazer os compradores de servidores. Ela pagou US$16,7 bilhões no ano passado pela Altera, cujos chips programáveis podem ser usados juntamente com processadores Intel para acelerar determinadas tarefas de computação.

Já a Intel adquiriu no início deste mês a Nervana Systems, startup que fabrica chips para inteligência artificial e software. Ela também aproveitou uma conferência anual de desenvolvedores na semana passada para discutir planos de usar uma linha de chip existente chamado Xeon Phi para aplicações de deep learning.

A AMD espera entregar um chip para servidores de 32 núclos, baseado em sua tecnologia Zen, até o segundo trimestre de 2017. Lisa Su, sua executiva-chefe, disse que a empresa gastou quase quatro anos e centenas de milhões de dólares no esforço de desenvolvimento. Mas analistas observam que a empresa ainda tem de provar que seu produto final pode operar bem tanto em testes quanto em aplicações reais.

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