Cinquenta 50 portos e terminais de diferentes países da América Latina estão trabalhando com a plataforma TradeLens, criada pela IBM e Maersk baseada em blockchain, segundo informação foi divulgada nesta quinta-feira, 24, pela IBM.
Com cinco das seis maiores linhas globais de transporte de contêineres, representando mais da metade da capacidade global de embarcações, o TradeLens permite a colaboração entre parceiros comerciais, gerando mais eficiência e insights em toda a cadeia global de comércio, digitalizando os fluxos de documentação comercial.
Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cerca de 90% do comércio mundial tem um porto como origem e destino. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) indica que, em 2018, a atividade dos principais portos de contêineres da América Latina ultrapassou 53 milhões de TEUs, medida para calcular o volume de contêineres e unidade equivalente a 20 pés, atingindo quase 10% da produção mundial.
“Nas últimas décadas, a região experimentou um avanço na operação de seus portos, aumentando a eficiência operacional em mais de 20%. No entanto, ainda estamos longe de países mais avançados”, afirma Natalia de Greiff, vice-presidente de Cloud and Cognitive Software da IBM América Latina. “Estamos trazendo o TradeLens para nossa região para continuar nesse caminho de crescimento, usando IBM Blockchain em IBM Cloud para posicionar a América Latina nas grandes ligas comerciais do mundo”.
O TradeLens está reinventando toda a cadeia de comércio, interligando exportadores, linhas de navegação, operadores portuários e terminais, transporte terrestre e autoridades alfandegárias, através do acesso em tempo real a documentos de envio de dados, o que traz mais eficiência operacional e análise de eventos em tempo real. Atualmente, o TradeLens processa cerca de 10 milhões de eventos por semana.
Modelo de colaboração conjunta para maximizar a adoção regional
Terminal Zárate, o primeiro porto privado da Argentina com mais de 2 milhões de m2 de superfície, forma um complexo portuário com tecnologia e equipamentos de alta produtividade para operação de contêineres e integrou-se ao TradeLens para gerar maior agilidade, transparência e rapidez no acesso à informação, além de gerar insights sobre os dados obtidos para todo o transporte marítimo que passa pelo porto.
Já o Terminal Puerto Rosario, o porto multiuso com a melhor conectividade da Argentina, em seus mais de 67 hectares, possui uma grande capacidade de armazenamento de granéis sólidos e líquidos, além de um terminal de contêineres que foi recentemente expandido com infraestrutura e tecnologia de ponta, incluindo o scanner mais eficiente da América Latina.
O primeiro porto a incorporar o sistema Revolver para transporte e armazenamento de granéis por meio de contêineres de despejo – e que já está incorporando inteligência artificial – continua seu processo de digitalização e inovação e se integra ao TradeLens para usar a rede blockchain para monitorar a carga e descarga de contêineres.
O Terminal de Buenaventura (TCBUEN) faz parte do grupo GEPSA e APMT, que opera mais de 75 portos em todo o mundo. O terminal oferece cross docking, enchimento, inspeções, serviços exclusivos para o segmento de café e açúcar que representam quase 30% das exportações pela Buenaventura. Por esse motivo, a incorporação ao TradeLens não apenas ajuda o porto no monitoramento das transações de carga, mas também a interagir com mais eficiência por meio do acesso em tempo real aos documentos de envio de dados, incluindo IoT e dados de sensores, desde o controle de temperatura até o peso do contêiner.
No Porto de Santos, um dos maiores complexos portuários da América Latina, responsável pela movimentação de cargas de um terço das bolsas comerciais brasileiras, o primeiro parceiro, Santos Brasil, integrou-se ao TradeLens para gerar insights sobre os mais de 1,6 milhões de TEUs que seu terminal ‘Tecon Santos’ deve operar em 2019.
Terminal Pacífico Sur Valparaíso, o principal terminal de contêineres do Chile, tornou-se a primeira entidade no Chile a usar o TradeLens para melhorar os processos tradicionais baseados em papel. Nesse sentido, os operadores de terminal o utilizam para obter uma capacidade visível e de curto prazo dos dados de maneira segura e rápida.
Terminal Internacional San Vicente (SVTI) é o primeiro porto da região de Biobío e o segundo terminal no Chile a aderir à plataforma TradeLens, para trocar dados operacionais entre os diferentes segmentos da cadeia logística, proporcionando maior segurança, confiança e eficiência operacional.
“Nosso trabalho com a TradeLens e outras empresas do ecossistema do comércio global como terminais, entidades governamentais, empresas de transporte terrestre, entre outros, mostrou que o blockchain está sendo usado para formar uma rede forte e conectada, na qual todos os membros ganham ao compartilhar dados importantes. Juntos, podemos transformar a maneira como o comércio é realizado em toda a região”, afirma Martín Hagelstrom, executivo de blockchain da IBM América Latina.