Huawei desafia governo dos EUA a investigá-la

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A fabricante de equipamentos de telecomunicações Huawei desafiou o governo dos Estados Unidos a investigá-la e a provar as acusações que a impediram de prosseguir com a compra da 3Leaf, desenvolvedora americana de tecnologia de integração de servidores. Em comunicado nesta sexta-feira, 25, a companhia chinesa afirma que não há nenhuma evidência de que ela esteja envolvida com o Exército chinês, seja uma ameaça à segurança dos EUA ou receba algum incentivo ilegal do governo da China.
O documento surge depois de o governo americano ter barrado a compra dos ativos da 3Leaf, por US$ 2 milhões, em maio passado. O Comitê para Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS, na sigla em inglês) decidiu, em novembro, que o negócio era ilegal, pois não fora informado ao governo americano, conforme manda a lei. Por conta disso, o órgão "recomendou" que a companhia chinesa desistisse da compra, ou seria formalmente bloqueada (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
A Huawei havia decidido bater de frente com o CFIUS e esperar a decisão da Presidência dos EUA, mas, no fim de semana, acabou por desistir de "buscar aprovação do governo americano".
Na carta de hoje, o presidente da Huawei nos EUA, Ken Hu, conta que os ativos da 3Leaf foram comprados porque a empresa americana já havia anunciada o fim de suas atividades e nenhum outro investidor se mostrou interessado. A explicação, segundo Hu, nada tem a ver com a teoria de que a Huawei desenvolve tecnologias para roubar segredos comerciais dos EUA e os repassa ao Exército chinês.
As alegações sobre as relações com o Exército para Libertação do Povo, como são chamadas as forças armadas da China, segundo Hu, não têm "absolutamente nenhum fundamento". Ele conta que a única conexão que a empresa tem com o Exército é o fato de o fundador e CEO, Ren Zhengfei, ter servido entre 1963 e 1974, quando retirou-se para trabalhar num departamento militar de engenharia. Zhengfei, no entanto, foi aposentado compulsoriamente nos anos 80, com o fim do programa em que trabalhava.
Já sobre as acusações que envolvem a propriedade intelectual de empresas de telecomunicações norte-americana, a Huawei diz que já registrou quase 40 mil patentes, sendo que 17,7 mil já foram concedidas. Com processos envolvendo direitos sobre propriedade intelectual, a companhia afirma que gastou, somente no ano passado, US$ 222 milhões para acabar com os litígios, sendo que US$ 175 milhões foram pagos a companhias norte-americanas.
Quanto às alegações de que seria financiada pelo governo chinês, a empresa afirma que apenas recebe repasses destinados a pesquisa e desenvolvimento e a incentivos fiscais, como todas as empresas de tecnologia do país. Ken Hu acrescenta que a Huawei é baseada na Zona Econômica Especial, por isso atua de acordo com a economia de mercado, sem intervenção estatal em suas operações.

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