Autodesk anuncia nova linha de produtos e estratégia comercial

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A Autodesk, fabricante de software de desenho em 2D e 3D, divulgou nesta quinta-feira, 25, na cidade de San Francisco, Califórnia, a linha de produtos para 2011 e, ao mesmo tempo, oficializou sua nova política de comercialização para o usuário final, bem como de distribuição junto aos canais de vendas e de serviços.
Segundo Amar Hanspal Currie, vice-presidente sênior de plataformas, soluções e negócios emergentes da empresa, "o software AutoCAD voltado para múltiplas indústrias vem ganhando performance e aumento de produtividade, permitindo aos profissionais executarem seus trabalhos em tempo real". Ele explica que a nova versão do software de desenho pode, por exemplo, fazer tratamento de superfície em tempo real, associada a uma biblioteca de materiais integrada, que manipula até 2 bilhões de pontos para compor uma imagem.
Segundo a empresa, o programa de prototipagem digital da versão 2011 conseguiu atingir 40% mais produtividade em relação à versão anterior, com design superior em 3D e estado da arte em visualização. A melhoria de desempenho também foi obtida no Autodesk Inventor 2011, que confere dinamismo na manipulação das imagens e renderização em tempo real.
O AutoCAD 2011 é compatível com o sistema operacional Windows 7, bem como as versões de mais de 60 programas que receberam atualização, tais como o 3D Studio, Maya e Civil 3D.
A partir de hoje, os clientes que têm licenças e contrato na modalidade de subscrição, já podem fazer donwload das novas versões 2011.
Nova Política
Além dos lançamentos, a Autodesk anunciou que promoveu uma mudança na política de preços. Até então, quando o cliente desejava fazer uma atualização de versão anterior tinha de pagar preços variados. A partir de agora, o preço foi fixado em 50% do valor da versão atual, que hoje é de US$ 4.500. No entanto, para aqueles que têm contrato de suporte contínuo, chamado de subscrição, o valor mensal chega a U$ 500 anuais, uma diferença considerável para quem aderir ao contrato.
De acordo com Steve Blum, vice-presidente sênior de venda para as Américas, essa modalidade responde por 20% das receitas anuais da Autodesk, que no último ano fiscal atingiu US$ 1,7 bilhão.
Outra novidade anunciada pelo executivo é que até 2013 a estratégia de vendas baseada em linhas de mercados verticais (engenharia mecânica, construção, arquitetura, geoespacial, mídia e entretenimento) será focada por cliente (customer centric), ou seja, a revenda deverá atender o cliente em todas suas necessidades.
A empresa também irá promover uma reclassificação de seus parceiros de negócios, criando a categoria Platinum, que se somará a Gold, Silver e Bronze atuais. "Essa nova categoria enquadrará aquele quer tiver maior potencial para atender um cliente em sua totalidade", acrescentou Blum.
Dentro dessa estratégia, a Autodesk vai criar metodologias que possam ser replicadas mais facilmente, para criar oportunidades aos canais de aumentarem suas receitas com a prestação de serviços, que hoje está em torno de 10% a 15% das vendas. "Existe potencial para esse número crescer para 30% a 35% das receitas da revenda", disse Blum.
Software como serviço
Questionado se a empresa não tinha planos para lançar software na modalidade de serviço (SaaS), o executivo afirmou que existe um projeto piloto, usando o potencial e o beneficio da tecnologia de cloud computing.
A Autodesk já tem uma experiência numa versão de software colaborativo, na qual os profissionais desenvolvem projetos de forma remota. No entanto, a dificuldade maior é a questão da banda da banda larga para trafegar arquivos pesados, como de AutoCAD. A solução nesse conceito ainda deverá demorar ainda dois anos para sair da prancheta, admite.
Brasil
Para Bruno de Oliveira, gerente de produto da Brasoftware, que falou da experiência brasileira na comercialização de software Audodesk, as mudanças são positivas, pois o cliente saberá exatamente quanto vai pagar e ter consciência que o contrato de suporte é a melhor opção.
A Brasoftware, que faturou US$ 215 milhões no ano passado, tem apenas 8% de sua receita oriunda dos produtos Audodesk, mas que lhe confere o título da maior revenda da América Latina, atuando basicamente em São Paulo, com a venda das versões para Arquitetura, Engenharia, Construção, Mídia-Entretenimento e Educação.
A empresa já se preparou para oferecer serviço de consultoria, que representa 5% das receitas desse segmento. "Contratamos uma consultoria de processos, desenvolvemos uma metodologia própria baseado em PMBOK, para crescer o dobro em serviço nesse ano. Mas em médio prazo pretendemos chegar a 40% em serviços e 60% em licenças", explica.
*O jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da Autodesk.

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