Transformação digital ainda não altera gastos e investimentos das empresas em TI, conclui pesquisa da FGV

1

A transformação digital é o assunto do momento entre as empresas consumidoras de soluções de TI e comunicações, fabricantes e prestadores de serviços e consultorias. Porém, todo este frenesi em torno da digitalização dos negócios não se traduz, proporcionalmente, em aumento de gastos e investimentos, de acordo com a 30ª Pesquisa Anual do FGVcia da FGV/EAESP, 2019, divulgada nesta quinta-feira,25.

Coordenador do estudo, o professor Fernando Meireles diz, no entanto, que a digitalização é algo inevitável, mas que ocorrerá na mesma velocidade da economia. No último a variação dos gastos e investimento em TI saltou de 7,7% para 7,9% do faturamento líquido de médias e grandes empresas, grupo estudado pela pesquisa coordenada por Meireles.

Segundo o professor, a amostra de 2.602 organizações revelou que a transformação digital ocorrerá por meio dos smartphones. "Quem desvendar esta plataforma, vencerá a corrida", disse, argumentando que as experiências atuais ainda não exploram 100% do potencial do dispositivo.

Segundo o estudo, o Brasil fechará ao final de 2019 com 420 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) ou dois dispositivos por habitante em uso País.

Isso é o que Meireles chama de ruptura digital acelerada, com os smartphones no domínio de vários usos, como a interação com
bancos, compras e as mídias sociais. "Essa ruptura é visível, em especial pela crescente dedicação dos jovens aos smartphones", afirmou.

De acordo com o estudo, além da base de um smartphone por habitante – 230 milhões de celulares inteligentes (smartphones) em uso no Brasil -, pesam em favor da tese de Meireles o crescimento da base de notebooks e até a tímida base de tablets que juntos somam  324 milhões na categoria dispositivos portáteis.

A pesquisa também aponta outro fato que pesa em favor da transformação digital: em maio de 2019, devem ser vendidos quatro celulares para cada TV no varejo brasileiro. "E vejam que proporcionalmente os celulares são mais caros que as TVs", comenta Meireles.

O estudo do FGVcia também apurou que há 180 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet) em uso no Brasil, o equivalente a seis computadores para cada sete habitantes (86% per capita), e que a venda anual de computadores, depois de uma queda, para 12 milhões em 2016 e 2017, subiu para 12,4 milhões em 2018 e deverá crescer muito pouco em 2019.

O estudo mostra que o mercado perdeu ritmo a partir de 2014. "Até aquele ano registrávamos crescimento de 100% a cada quatro anos, o que deixou de acontecer", diz Meireles.

Segundo o coordenador da pesquisa do FGVcia, também informa que o custo por usuário de TI atingiu R$ 46.800 (Gastos e Investimentos em TI em 2018, dividido pelo número de usuários).

De acordo com o estudo, na a Microsoft ainda é dominante em sistema operacional (com 97% de participação de mercado na plataforma cliente e em 75% dos servidores) e navegadores (73% das máquinas rodam o Microsoft Explorer) e em correio eletrônico (74%) no ambiente corporativo de médio e grande porte.

A empresa também está entre os maiores provedores de soluções de business analytics e CRM (customer relationship management), mas nesta área divide o mercado com a SAP, Oracle, TOTVS, IBM e Qlik.

Na área de ERP, o estudo diz que a SAP lidera o setor entre as grandes empresas e a TOTVS domina o ambiente das pequenas, o que se traduz em 34% de market share para a TOTVS e 32% para a SAP.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.