Efeito câmbio leva Abinee discutir acordo com Apex para estimular exportações do setor

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A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) está trabalhando junto à Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para delinear um convênio visando a criação de um projeto de apoio às exportações do setor eletroeletrônico. Na quinta-feira, 24, as empresas associadas da entidade participaram de reunião, para ouvir contribuições e sugestões sobre o formato da parceria e ações a serem adotadas.

O presidente da Abinee, Humberto Barbato, afirmou que o momento é propício para a iniciativa. "Com esta nova realidade cambial, podemos voltar a olhar para o mercado externo", disse. Ele lembrou que, nos últimos anos, o Brasil não fez nenhum esforço maior para prestigiar as exportações de produtos manufaturados e permitiu que a sua moeda se sobrevalorizasse, o que culminou na perda de competitividade interna e externa. "Isso fez com que a indústria caísse para uma representação de apenas 9% do PIB", enfatizou.

Agora, em um novo cenário, o presidente da Abinee acredita que o apoio da Apex contribuirá para abrir uma nova frente em que o setor eletroeletrônico possa trabalhar na busca pela recuperação dos mercados perdidos. "É uma possibilidade de diminuir o déficit do setor via incremento das exportações", afirmou.

Durante o encontro, o gerente de promoção comercial da Apex, Maurício Manfré, afirmou que aproximação com a Abinee se dá com o objetivo de estimular as exportações do setor eletroeletrônico, conferindo maior valor agregado na pauta exportadora brasileira. Ele explicou as formas de atuação e ações básicas com a utilização de recursos da agência, que abrangem promoção (missões, feiras, projeto comprador), estruturantes (planejamento estratégico, branding, inteligência comercial) e comunicação e marketing (material promocional, comunicação digital, etc.).

Ele destacou, porém, que o modelo do projeto com a Abinee será realizado a partir das demandas das empresas do setor, como forma de abarcar as características e especificidades de cada segmento que compõem a indústria elétrica e eletrônica, representada pela entidade. Neste sentido, o desenho do projeto prevê a criação de segmentos verticais e um comitê gestor, com a participação de representantes da Apex e das empresas.

Segundo Manfré, entre as primeiras ações do projeto, num prazo de 12 meses, é a realização de duas missões inicialmente para a América Latina e África, conforme identificado em sondagem feita com empresas do setor, que apontaram esses destinos como prioridade. Há também, a possibilidade de realização de projeto comprador no Brasil, além de um trabalho de defesa de interesses na área de convergência regulatória e, também, de transferência tecnológica.

Em paralelo ao acordo, a Abinee também tem desenvolvido outras iniciativas visando o estímulo ao comércio exterior, como a participação em missões organizadas pelo Itamaraty, o acompanhamento das negociações de acordos comerciais e trabalhos de convergência regulatória, junto ao Inmetro e órgãos internacionais de normalização e avaliação da conformidade.

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