Não existe o menor risco do Brasil sofrer um colapso do sistema de telecomunicações, ou seja, um "caladão". Quem garante é o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Cumutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti. "Não há a menor hipótese", ratificou ele, após o anúncio pelo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, da criação de uma comissão para estudar o assunto.
Paultetti observou que o serviço de telefonia fixa do país deixou de avançar em número de linhas e estacionou em 40 milhões de usuários. Ele também não considera a hipótese de o crescimento da demanda por banda larga móvel e celulares possa levar a um colapso.
"Banda larga tem algumas concentrações, alguns gargalos, mas não leva a um caladão", afirmou o presidente da Abrafix. Segundo ele, o sistema de telecomunicações brasileiro está bem estruturado.
Uma das soluções para diminuir a sobrecarga na infraestrutura do setor pode ser o compartilhamento das redes. Por essa razão, as empresas de telefonia e a Anatel devem ser reunir no próximo dia 3 para negociar a permissão para o compartilhamento das redes. A experiência já foi testada em cidades com menos de 30 mil habitantes.
Uma das condições impostas pela Anatel quando realizou a licitação do serviço de banda larga móvel 3G foi que as cidades menores fossem atendidas e, para isso, o compartilhamento foi utilizado. Agora, os setores privado e público negociam uma divisão maior da rede para todo o país.
O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas Valente, revelou que a agência também vem controlando os serviços de banda larga móvel para evitar um colapso. Ele observou que a oferta do serviço só é liberada quando as empresas comprovam que as redes estão preparadas para atender novos consumidores.
"Se não estivéssemos acompanhando seria muito maior [o crescimento do mercado de banda larga]. Não tem problema porque nós estamos segurando [a oferta do serviço]", afirmou Valente.
De acordo com dados da Anatel, o mercado de banda larga 3G cresceu cerca de 20% só no mês passado. Para Valente, se a oferta do serviço estivesse liberada, esse crescimento poderia ser mais que o dobro registrado. Em outubro, 70% do crescimento do mercado de telefonia móvel tiveram origem nas vendas de banda larga. As informações são da Agência Brasil.
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