A Brasscom, entidade que reúne as empresas do setor de serviços de TI, e a Apex, agência governamental de promoção às exportações, vão desenvolver um projeto conjunto com o propósito de acelerar as exportações de serviços e produtos de TI. A meta das duas entidades é atingir um volume de exportações de US$ 2,5 bilhões até 2010, o que, se confirmado, deve representar 71,5% dos US$ 3,5 bilhões que a indústria de software e serviços do Brasil deve exportar naquele ano.
O plano visa aumentar a visibilidade do Brasil como exportador de TI no mercado internacional, por meio da internacionalização das empresas brasileiras. Para isso, serão investidos R$ 14 milhões nos próximos dois anos para promover o país no cenário internacional. Os países-alvo são os Estados Unidos, Japão e Reino Unido.
De acordo com o presidente da Brasscom, Antônio Carlos Rego Gil, exceto nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, as exportações do mercado mundial de TI neste ano, que vinham crescendo a taxas de 40% a 50%, tendem a avançar, mesmo com a crise financeira mundial, só que em um ritmo mais lento, entre 15% e 20%, impulsionado principalmente por países como Brasil e Índia. "Os mercados emergentes movimentam cerca de US$ 70 bilhões e queremos colocar o Brasil como um dos grandes centros de TI. Temos uma grande oportunidade para atingir essa meta", frisa Gil. Entre os fatores que podem contribuir para o sucesso do Brasil, o presidente da Brasscom cita a questão do câmbio, já que a desvalorização do real frente ao dólar deixou o país mais competitivo, inclusive em relação à Índia, pois, segundo Gil, o real desvalorizou 10% a mais do que a rúpia.
Outros pontos favoráveis ao Brasil no atual momento, apontado pelo executivo, é a questão da entrada em vigor da lei que prevê a desoneração da folha para as empresas exportadoras de TI e a da busca das grandes companhias multinacionais por uma alternativa ao outsourcing da Índia. "É um momento de oportunidade e as empresas do país estão bem posicionadas", comenta Gil.
Uma das dificuldades do Brasil para se tornar um grande exportador de serviços e produtos de TI é justamente a questão do pouco domínio do idioma inglês pelos profissionais da área. Segundo Gil, o país está passando por um processo de investimento em capacitação, apoiado pelo governo, que tem o objetivo de formar 100 mil profissionais com nível avançado de inglês até 2011. "Se não trabalharmos mais fortemente a questão da capacitação, não atingiremos a meta de gerar US$ 2,5 bilhões em exportações de produtos e serviços de TI", atesta Alessandro Teixeira, presidente da Apex. De acordo com ele, o Brasil exportou US$ 1,3 bilhão em serviços e produtos de TI no ano passado, número que tende a saltar para US$ 2 bilhões neste ano.
- Incentivo à exportação