Com Aura, interação por voz entra no foco da Telefônica

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"From a utility company to a technology company based on Artificial Inteligence". Com esse mote, a Telefônica lançou formalmente neste domingo, 25, durante o Mobile World Congress 2018, a Aura, projeto de Inteligência Artificial revelado pela primeira vez em 2017. O primeiro projeto baseado no que a empresa chama de quarta camada da rede é uma espécie de assistente pessoal, que permitirá aos usuários da empresa interagirem com os sistemas. Ou, como definiu o CEO global da Telefônica, José Maria Alvarez-Pallete, um "one stop shopping" para as pessoas conseguirem o que quiserem da rede da operadora. "Transformamos a Telefônica em uma empresa plataforma, uma plataforma de plataformas, com parceiros como Facebook, Google e Microsoft", disse o CEO.

O projeto já havia sido trazido em 2017 durante o Mobile World Congress, em Barcelona. Este ano, contudo, a empresa aproveitou o mesmo evento para mostrar o ecossistema de parcerias já desenvolvido. A Aura estará integrada com Facebook Messenger, Google Assistant e Cortana da Microsoft (neste aço, a partir do próximo ano), além do próprio aplicativo da empresa. O serviço está oficialmente disponível no Brasil, Chile, Argentina, Espanha, Alemanha e Reino Unido.

A plataforma, a exemplo da tendência registrada nos últimos anos com a proliferação de assistentes pessoais, é baseada em voz, com reconhecimento nas línguas dos países em que estará disponível (português inclusive, portanto).

Christian Gebara, COO da Telefônica no Brasil, que participou do anúncio global, destacou que o lançamento do Aura envolve uma mudança completa de cultura, estratégia e tecnologias de relacionamento na empresa, e que este é um primeiro passo de um longo caminho que a empresa pretende percorrer no sentido de utilizar a inteligência de dados extraídos da rede como forma de oferecer melhores serviços.

No Brasil, a primeira plataforma de interação será por meio do aplicativo Meu Vivo Mais, que ao ser instalado permite a interação por voz para perguntas básicas como consulta de créditos, valor de conta e uso de franquia de dados. A tendência é que o aplicativo ganhe novas funcionalidades permanentemente, como a possibilidade de recarga de créditos, mudança de pacotes e contratação de serviços adicionais. É uma evolução da assistente Vivi, que já era utilizada pela empresa para interação por chat com os usuários via texto. Segundo Gebara, a Telefônica ainda analisa se manterá ou não a assistente Vivi no Brasil ou se adotará apenas a Aura. Será possível conversar com a plataforma da Telefônica também pelo messenger do Facebook ou com o Google Assistant, que já estão integrados, e outros virão, como Cortana da Microsoft.

Casa Conectada

Na Espanha, a Aura deve receber nos próximos meses uma interface mais sofisticada, por meio de um hardware específico. Trata-se de uma tela que permite a interação com diferentes dispositivos domésticos. A Espanha foi a escolhida porque é o país em que a plataforma de TV por assinatura da empresa está mais desenvolvida, e a interação com o conteúdo da TV é um dos principais atrativo da Movistar Home (nome do hardware que permite este nível de interação), que funciona também como uma ferramenta de busca de conteúdos. Segundo Gebara, ainda não há planos de levar esta plataforma específica ao Brasil.

Paralelamente ao desenvolvimento da Aura, a empresas caminha para a evolução da chamada quarta camada da rede, que integra todos os dados colhidos na rede da empresas. Pallete destacou os esforços para promover a evolução do core das redes da Telefônica para o conceito de Enhanced Organized Network, uma rede auto-organizada dentro do conceito de SON (Self Organized Network) fortemente baseada em big data.

Para a Telefónica, esta evolução de tecnologia e serviços não pode ser dissociada do princípio estabelecido pela empresa há cerca de dois anos, pelo qual os dados pertencem ao cliente e cabe a ele dizer o que pode ou não ser feio. Nesse sentido, a empresa trabalha com a Orange, KPN e Deutsche Telekom para o desenvolvimento de uma arquitetura comum de dados que possa ser portada pelo usuário entre operadoras.

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