Várias tecnologias de telecomunicações terão espaço na interconexão das smartgrids

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Existem várias possibilidade de uso de redes de telecomunicações para conectar as redes de energia inteligentes, ou smartgrids. Desde tecnologias como PLC (banda larga pela própria rede elétrica), passando por links de rádio até redes de dados das operadoras celulares, há exemplos de uso de qualquer uma delas. Vitor Gardiman, executivo da área de automação, telecomunicação operativa e engenharia da EDP Bandeirantes, mostrou durante o Fórum Smartgrids Telecom, realizado pelas revistas TELETIME e TI Inside nesta quarta, 26, em São Paulo, a experiência da EDP com a rede inteligente de energia em Portugal, que pretende interligar 6 milhões de domicílios a uma smartgrid nos próximos anos. A EDP, que no Brasil controla a Escelsa (concessionária de distribuição de energia do Espírito Santo), mostrou também algumas experiências de automação de redes no Brasil. Segundo Gardiman, enquanto em Portugal a tecnologia de acesso utilizada é o PLC, no Brasil a concessionária utiliza a rede de dados GPRS das empresas de telefonia celular. "O PLC tem a vantagem de nos permitir fazer o monitoramento de até mil clientes, enquanto o GPRS comporta no máximo 50. Mas hoje não vejo nenhuma deficiência técnica das empresas de telecomunicações em termos de qualidade de serviço ou disponibilidade". Segundo o executivo da EDP, o segredo é ter os técnicos das empresas de energia dialogando diretamente com os técnicos da empresa de telecomunicações.
Para Roberto Falco, senior manager da área de utilities da Accenture, as smartgrids representam uma revolução para as empresas de energia que permitirá a elas evoluírem definitivamente para um novo patamar. "Existe uma piada que diz que se Graham Bell (inventor do telefone) fosse vivo hoje, dificilmente teria emprego em uma empresa de telecom, mas se Thomas Edison (inventor que viabilizou o uso comercial da energia elétrica) estivesse vivo, seria CEO de qualquer empresa de energia".
Roberto Falco ressalta que existem grandes necessidades de capacidade de telecomunicações por parte das empresas de energia para fazer as redes elétricas funcionarem de maneira bidirecional. "Em geral são necessárias capacidades de pouca velocidade, mas baixíssima latência", explica. Ele enumera as tecnologias mais comuns de interligação das smartgrids: RF Mesh, WiMax, 3G, Zigbee, VPLS, WiFi, Radio over IP e Microondas. "As empresas de energia não têm familiaridade com a operação desse tipo de rede, que exige provisionamento, endereçamento, treinamento específico de equipes. Essas são características que estão no DNA de empresas de telecomunicações", disse Roberto Falco. Ele lembrou ainda que hoje existem três vezes mais celulares do que medidores de energia no Brasil, o que mostra que as empresas de celular têm capacidade para operar redes complexas. "E conectar 65 milhões de medidores de energia inteligentes será um problema estupendo para os dois setores", disse.
Em relação aos investimentos necessários para viabilizar redes smartgrids, há uma conta adicional que precisa ser feita. "Não é apenas o retorno direto com novos serviços que vai pagar a conyta, há outros drivers a serem considerados, como eficiência energética e os ganhos para sociedade", lembrou Falco, considerando que necessariamente projetos de smartgrids precisarão de investimentos públicos.

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