Telefónica del Perú pede ajuda a bancos de desenvolvimento

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O presidente da Telefónica Del Perú, Antonio Carlos Valente, apresentou ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, há pouco mais de uma semana, o projeto Chasqui (mensageiro) para instalar redes em 60 mil localidades no Peru. Direcionado à área rural, onde 91% do total não têm telefone, o Chasqui prevê a instalação de quatro linhas telefônicas na delegacia de polícia e uma conexão banda larga, na escola, no posto de saúde e na prefeitura local, por US$ 10 mil/localidade para os equipamentos. A comunicação será via satélite. O custo total é de US$ 600 milhões. O financiamento deverá ser liberado via pequenas e médias empresas, inicialmente para mil localidades. Valente disse que embora o país disponha de fundo de universalização e as empresas possam requerer à agência reguladora o uso se tiverem propostas que justifiquem, o valor gerado por ano é de apenas US$ 12 milhões, insuficiente para um projeto de tal envergadura.
Outro projeto voltado para a área rural é o LLACT (significa para o povo), destinado a 20 localidades de difícil acesso no país. O projeto envolve municipalidade, operadora e empreendedor, num modelo auto-sustentável, para levar computador e acesso à internet a povos que ainda não têm qualquer tipo de comunicação. Na verdade é uma versão resumida do Chasqui.
No Peru, o grupo Telefónica tem 33 empresas, entre as quais operadora fixa, móvel, TV a cabo e produtora de conteúdo. São 6 milhões de clientes entre a operação fixa e móvel, para um total de 28 milhões de habitantes. Na telefonia fixa, a densidade no país é de 7% (2004), e na móvel de 16% (junho/2005) ? no Brasil a penetração é de 23% e de 38% respectivamente. O acesso banda larga sobre linhas telefônicas é de 10% no Peru e 5% no Brasil; e sobre computadores é de 29% e 15% respectivamente.
O problema de acesso digital é extensivo à toda a América Latina, que concentra 515 milhões de habitantes, dos quais mais de 43% vivem na linha da pobreza ou abaixo. O desafio na região começa pelo atendimento a esta população, disse Valente. Ele explica que os custos médios de telefonia fixa não variam muito. Existe um processo de subsídio interno, pelo qual os clientes rentáveis subsidiam os mais pobres. Mas se o fator de produtividade do Peru, de 10% ao ano, oscila, fica o dilema de como a população de baixa renda pode ser atendida.
E na área celular, a América Latina também é fundamental na estratégia de crescimento da Telefónica Móviles, onde o número de clientes poderá passar de 78,2 milhões, em 2004, para 125 milhões em 2008. O crescimento estimado é de 7% a 10% ao ano, principalmente nos mercados de baixa renda. No Peru, a Telefónica compete com Nextel e América Móvil, com market share de 65% – a privatização ocorreu em 1994. Com a recente aquisição da TIM no país pela América Móvil (Telmex), Valente espera uma competição forte com os mexicanos devido à sinergia de serviços. A própria Telefónica, dona de diversos tipos de operação no país, ainda não oferece serviços convergentes. Valente participou da Futurecom nesta quarta, 26, em Florianópolis.

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