Três meses depois de adquirir a fabricante britânica de microprocessadores ARM, por US$ 32 bilhões, a empresa japonesa de telecomunicações SoftBank pretende expandir a atuação no segmento de chip. O anúncio foi feito pelo CEO do grupo, Masayoshi Son, durante a conferência anual de tecnologia da ARM em Santa Clara, na Califórnia, na terça-feira, 25. O executivo revelou que a ARM fará apostas de longo prazo em novos mercados nos quais não podia arriscar a explorar quando era uma empresa independente.
Sediada no Reino Unido, a ARM, cujos processadores equipam a quase totalidade dos mais de 1 bilhão de smartphones vendidos a cada ano no mundo, de gigantes da eletrônica como Samsung, Huawei e Apple, planeja avançar com iniciativas no lucrativo segmento de chips para servidores, mercado hoje dominado pela Intel, e também para computação embarcada em automóveis, segundo Son.
O executivo enfatizou durante o evento o que os clientes da ARM podem esperar da empresa agora sob a administração da gigante japonesa das telecomunicações. Son disse que, para obter retorno dos US$ 32 bilhões investidos na compra da empresa, a fabricante de chip precisa se tornar importante em uma ampla gama de novos mercados, principalmente em razão da desaceleração do negócio de telefonia móvel. "Isso é o que eu realmente quero que a ARM faça: investir para o futuro. Essa é a chave", disse.
O investimento do grupo SoftBank na ARM, segundo Son, foi motivado pela sua crença de que o processamento computacional está cada vez mais chegando a rivalizar com o poder do cérebro humano. "Isso significa que indústrias como a de transporte, cuidados com a saúde e as finanças serão modificadas profundamente, oferecendo uma grande oportunidade para a empresa de tecnologia", finalizou.
O CEO da ARM, Simon Segars, explicou que a empresa vai investir mais em áreas onde não tinha como gastar o suficiente — tais como desenvolvimento de software — para incentivar os clientes a trocar a Intel pela ARM. "Isso é exatamente o tipo de coisa que Son quer que façamos: vai investir fortemente para crescer em novos negócios e obter mais crescimento no futuro." Com agências de notícias internacionais.