"Megaciberataque" deixa internet lenta em todo o mundo nesta quarta-feira

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Os usuários de internet ao redor do mundo notaram uma maior lentidão da rede nesta quarta-feira, 27, o que foi considerado por especialistas em segurança como o maior ciberataque da História. Os problemas enfrentados pelos internautas foram desde a demora no carregamento de serviços "pesados", como o vídeo por streaming do Netflix, até mesmo a navegação por páginas comuns, que ficaram extremamente lentas.

O ataque teria sido desencadeado por uma briga entre um grupo que luta contra o avanço do spam e uma empresa que abriga sites e deflagrou ataques cibernéticos que atingiram a estrutura central da rede. Conforme relatos publicados pelo New York Times, a disputa começou quando o Spamhaus, grupo que analisa diversos domínios online a fim de impedir o envio de spams, adicionou a empresa holandesa Cyberbunker a sua "lista negra", usada como referência de bloqueio por provedores de e-mail de todo o mundo. Conforme o site da companhia, a Cyberbunker abriga sites de qualquer natureza, com qualquer conteúdo — à exceção de pornografia ou material relacionado a terrorismo.

A partir de então, a Spamhaus passou a ser alvo de investidas consecutivas do grupo. Segundo a empresa, os ataques começaram no dia 19 de março, mas ficaram mais intensos nesta semana. Foi utilizada a técnica de geração de tráfego por botnets, mais pesados que a internet pode suportar, afetando toda a rede. A técnica usa uma falha muito conhecida na configuração da web: uma única máquina para disparar uma imensa quantidade de mensagens e solicitações a fim de atingir um único usuário. Trata-se do chamado DDoS, ou ataque de negação de serviço distribuído.

Eles foram detectados pela primeira vez na semana passada pela CloudFlare, uma empresa de segurança no Vale do Silício, na Califórnia. Ao tentar se defender, a companhia acabou se tornando um alvo. Isso porque a Spamhaus pediu ajuda à CloudFlare — e aí os cibercriminosos mudaram seu alvo para todas as provedoras de conexões de dados à Spamhaus. Conforme relatório da empresa, o tráfego de dados chegou a 300 bilhões de bits por segundo. "É um número real. Foi o maior ataque DDoS público na história da internet", diz, taxativo, o presidente-executivo da CloudFlare, Matthew Prince.

A Cyberbunker diz ter frequentemente na mira autoridades judiciais por conta de seus "clientes polêmicos". "As autoridades holandesas e a polícia já tentaram diversas vezes entrar em nossos negócios à força. Nenhuma delas foi bem-sucedida", provoca a empresa, em nota.

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