Apesar de acordo de empresas, Justiça dos EUA pode levar a júri caso envolvendo empregados

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Embora Apple, Google, Intel e Adobe tenham firmado acordo para pagar cerca de US$ 324 milhões para encerrar uma ação judicial coletiva por "práticas restritivas" de contratação no Vale do Silício, na Califórnia, a juíza responsável pelo caso, Lucy Koh, do Tribunal Distrital da Califórnia, ainda não está totalmente convencida de que as condições oferecidas pelas empresas são justas para os trabalhadores.

Aberta em 2010, a ação coletiva, que engloba cerca de 64 mil trabalhadores do Vale do Silício, acusa as empresas de terem orquestrado um esquema para reduzir salários e não contratar funcionários uma das outras, a fim de evitar uma "guerra salarial".

A cautela da juíza na deliberação do processo se deve ao fato de um dos advogados nomeados para o caso, Michael Devine, ter considerado que o valor proposto não é suficiente para punir adequadamente as empresas, segundo o New York Times. A indefinição deixa as empresas apreensivas, já que a decisão pode ser tanto pela aprovação do acordo, a rejeição ou até mesmo a determinação para que as partes voltem à mesa de negociações.

Lucy Koh, no entanto, deu pistas de seu estado de espírito em uma audiência na semana passada. De acordo com o jornal americano, ela estava claramente irritada. "Eu só tenho preocupações sobre se este [acordo] é realmente justo para os trabalhadores", teria dito ela, segundo o diário novaiorquino. Durante a audiência, ela teria chamado atenção para o "rico material" incriminatório dos executivos das empresas envolvidas no caso. "Um júri teria achado esses documentos muito importantes e atraentes" observou ela.

Ainda segundo a juíza, a realização de um júri provavelmente teria evidenciado que havia uma investigação do Departamento de Justiça em curso sobre as práticas de contratação das empresas, o que teria reforçado o caso.

Outro advogado que representa os trabalhadores, porém, defendeu o acordo. Kelly Dermody observou que uma vitória no julgamento não pode ser dada como certa. "Se eu acreditasse pessoalmente que ir a julgamento é o melhor a fazer, eu faria isso uma centena de vezes", disse ele.

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