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A importância da inovação no agronegócio

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Para os empreendedores que não têm medo de arriscar, o ano de 2020 deixou em evidência o quanto os desafios podem se tornar oportunidades de negócios disruptivos. No agronegócio, a pandemia acelerou a Revolução 4.0, com a aderência cada vez maior de tecnologias dentro e fora do campo. Para se ter uma ideia, em janeiro existiam 322 AgTechs no país. Em setembro, o número saltou para 338, de acordo com a StartupBase, base de dados do ecossistema de startups, elaborado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups).

As soluções propostas para o setor vão desde ferramentas de rastreabilidade da produção à fintechs especializadas em créditos para produtores e é difícil falar quais iniciativas são mais inovadoras. Porém, vejo que engenharias voltadas para a gestão das propriedades têm sido indispensáveis para quem quer organizar o empreendimento e transformar informações em conhecimentos seguros. Softwares e sistemas como ERP dão clareza sobre os processos e recursos de uma empresa e disponibilizam dados de controladoria de todos os departamentos.

Se por um lado as tecnologias têm ajudado os agricultores e pecuaristas a mitigarem falhas e descuidos, uma vez que permitem que eles controlem o processo produtivo à distância e em tempo real e tomem decisões mais assertivas, principalmente em momentos de crise, por outro, é necessário que os empreendedores estejam atentos às tendências e entendam as dores de cada cliente, para que possam desenvolver soluções personalizadas. A regra é clara: mais do que ter vontade de inovar, é preciso que a inovação faça sentido.

Chamo a atenção, também, para as entidades setoriais, que devem participar da produção tecnológica do país por meio em investimentos em P&D para fomentar ambientes voltados para a inovação. Hubs do ecossistema conectam produtores, startups, universidades e investidores, sendo o principal elo de aliança entre quem tem uma propriedade e quem oferece soluções em diferentes estágios de maturação. O consumidor final está cada vez mais solicitando transparência nos métodos de produção e comercialização e temos que atender essa demanda.

Apesar de reduzirem o trabalho humano, aumentarem a eficiência das empresas e otimizarem as produções, a transformação digital no agronegócio ainda encontra algumas barreiras, principalmente quando analisamos a questão da conectividade. Segundo informações divulgadas no Summit Agronegócio Brasil 2019, maior e mais importante evento do setor, cerca de 50 milhões de hectares na área rural ainda não tem acesso à internet, o que dificulta a coleta, a transmissão e o processamento de dados, além do desenvolvimento de soluções.

Junto a isso, destaco a predominância da agricultura tradicional no país, onde a adoção de ferramentas ainda é bastante obsoleta. A meu ver, é fundamental que ao mesmo tempo que as tecnologias e a internet avançam, os produtores enxerguem as vantagens e os benefícios que a agricultura digital pode trazer para o seu trabalho. Nesse quesito, temos consciência de que mudar a maturidade de quem vive no campo é algo que ainda levará anos para acontecer, uma vez que não é fácil rever modelos de negócios e fazer modificações na rotina.

O coronavírus trouxe uma série de dores e perdas para todos nós, mas nos presenteou com ensinamentos e lições importantes, bem como reforçou o poder de uma gestão profissionalizada. Dentre tantas incertezas que temos daqui para frente, garanto: no “novo normal”, o agronegócio brasileiro vai continuar como protagonista no cenário mundial e a tecnologia é a palavra-chave para o sucesso. Surfar na crista da onda dentro de um setor de grande importância no empreendedorismo me parece meio caminho andando para a vitória, não acha?

Rafael Dal Molin, mestre em Computação Aplicada e Ciência da Computação na Universidade de Passo Fundo e diretor da Elevor.

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