Operadores de países emergentes pedem smartphones e espectro baratos

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Os desafios para o crescimento do mercado de telecomunicações em países emergentes segue uma receita comum, de acordo com executivos de algumas das principais operadoras que atuam nesses países. A fórmula envolve a redução dos preços dos dispositivos, sobretudo smartphones, para torná-los acessíveis a toda a população. Segundo Santiago Fernandez Valbuena, CEO da Telefónica Latin America, a cobertura nessas regiões está sendo ampliada, mas sem dispositivos baratos, os índices de penetração de banda larga, sobretudo banda larga móvel, continuarão baixos.  Para Sunil Bharti Mittal, CEO da operadora indiana Bharti Airtel, que também atua em vários mercados da Ásia e África, é preciso pensar em smartphones de menos de US$ 50 para efetivamente massificar a banda larga nesses países. Ele destacou ainda a necessidade de inovação nos modelos de operação, com estruturas terceirizadas e de baixo custo para tornar o esforço de atender a uma massa de consumidores com poucos recursos mais eficiente e efetiva.

Jo Junder, CEO da VimpelCom, destacou ainda a necessidade de uma regulação pró-investimento. Isso significa que políticas que exacerbem a competição podem, segundo o executivo, afastar investimentos em infraestrutura. Da mesma forma, a liberação de espectro não se pode dar a custos proibitivos.

Nesse sentido, a experiência relatada pela Bharti Airtel é interessante. Segundo Sunil Bharti Mittal, países como a Índia começam a ficar extremamente gananciosos em relação ao seu espectro. "Por outro lado, na África, onde o governo entendeu que a única forma de ter banda larga para a população é por redes móveis, bons pedaços do espectro estão sendo licenciados a preços razoáveis, justamente para garantirmos essa cobertura", disse o executivo. Santiago  Valbuena concorda que os governos em países emergentes têm se tornado "muito famintos" pelo valor que pode ser arrecadado com o licenciamento do espectro. "Até hoje temos conseguido fazer os investimentos necessários e a infraestrutura foi construída, mas isso não necessariamente poderá ser verdade no futuro", diz Lunder, da Vimpelcom.

Valbuena acredita que dentro de um ano gostaria de ver índices de penetração de banda larga móvel acima de 25% na América Latina e smartphones a menos de US$ 100. "Acho que essa é uma meta possível", diz.

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